​Mês de luta contra hepatites conta com atividades no HC


Em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, em 28 de julho, o Hospital de Clínicas da Unicamp realizou atividades de conscientização, prevenção e testagens de Hepatite C. O evento aconteceu na sexta-feira (28-07), na rampa de acesso ao HC, no 3º andar. As ações gratuitas foram organizadas pelo Grupo de Estudos em Hepatites Virais da Disciplinas de Infectologia e o Grupo de Hepatites Virais da Disciplina  de  Gastroenterologia. Além de orientações sobre o que são as hepatites e formas de prevenção, aqueles que passaram pela rampa do 3º andar também realizaram testes rápidos de detecção da Hepatite C. 
 

Hoje a chance de cura da hepatite C é superior a 90%,  especialmente quando o diagnóstico é precoce. “Com os tratamentos novos e os medicamentos disponíveis pelo SUS, conseguimos chegar bem perto da cura, por isso o diagnóstico  é essencial”, explica a infectologista do Grupo de Hepatites, Raquel Stucchi. No HC da Unicamp, os pacientes encaminhados realizam os exames e tratamentos custeados pelo Sistema Único de Saúde. Todo ano mais de 200 novos pacientes são atendidos e cerca de três mil fazem acompanhamento nas especialidades do HC. 

A campanha visa alertar a população sobre o nível preocupante de infecções causadas pelos vírus das hepatites. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, nos últimos anos, houve aumento no número de notificações de casos de Hepatite C no estado, que passou de 4,9 mil, em 2014; para 7,6 mil, em 2016. Por outro lado, os casos de Hepatite B são 3,7%, no período, com 3 mil casos em 2016, contra 3,2 mil três anos atrás.

O que é
A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por diferentes vírus. Existem cinco tipos da doença, a de tipo A é transmitida através da ingestão de água e alimentos contaminados ou contato direto com a pessoa infectada. Ela pode causar doença crônica no fígado e levar à morte na fase aguda. A vacina e os investimentos em saneamento básico são as formas mais eficazes de combater a proliferação da doença. 
 
O vírus da hepatite B é transmitido pelo contato com o sangue ou fluídos corporais de uma pessoa infectada, sendo até 100 vezes mais infeccioso que o vírus HIV. Esse tipo representa um risco especialmente para as pessoas que trabalham com atendimento hospitalar. Sendo a variação mais grave da doença, pode levar à morte por cirrose hepática e câncer no fígado. 
 
Assim como a hepatite B, a variação do tipo C também pode levar à cirrose hepática ou câncer de fígado e é transmitida através do contato com o sangue de uma pessoa infectada. Diferentemente da A e B, não há vacina preventiva para a hepatite C e o tratamento pode ser feito com medicamentos antivirais. O número de pessoas infectadas é estimado em 150 milhões e o índice de mortes por ano é superior a 350 mil. Diferentemente da hepatite A, esse tipo não é transmitido através do leite materno ou água.

A última variação da doença, a hepatite E é transmitida principalmente pelo consumo de água contaminada. Responsável por 70 mil mortes todos os anos, é uma forma de hepatite fulminante que causa insuficiência hepática aguda. A primeira vacina contra a doença foi registrada na China no ano passado, mas ainda não está disponível em outros países. 

Prevenção
Veja algumas recomendações para evitar o contato com os vírus das hepatites: 

– Utilize preservativo nas relações sexuais

Em 70% dos casos, a hepatite B é transmitida em relações sexuais. O contágio pode ocorrer em uma única relação sem proteção.

– Não compartilhe objetos cortantes

– Na visita a manicure recomenda-se levar seu próprio kit com alicates e outros instrumentos. Também tenha a sua própria lâmina de barbear e só utilize agulhas ou seringas que sejam descartáveis. Colocação de piercings e tatuagens são procedimentos arriscados, quando não realizados com os devidos cuidados de esterilização. 

– Fique atento à higiene de utensílios e alimentos

A hepatite A é transmitida por ingestão do vírus. Assim, alimentos e até mesmo água comercializados nas ruas ou em ambientes precários, sem que haja condições básicas de higiene, podem servir de vetores para o vírus. 

Tratamento
Para a hepatite A e B já existem vacinas que previnem a contaminação pelo vírus. Elas são encontradas em centros de referência imunobiológica e nos postos de saúde. No caso da hepatite B são necessárias três doses da vacina, com intervalos de aplicação pré-determinados. Amplamente recomendada para imunização de crianças, a vacina só deve ser ministrada a partir do primeiro ano de idade.
 
Na presença de sintomas como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, recomenda-se procurar um posto de pronto-atendimento. A hepatite C é assintomática, mas através de um teste de sangue simples é possível identificar a presença do vírus no sangue. O diagnóstico precoce evita as complicações comuns ao avanço da doença e previne a transmissão do vírus aos familiares.
 
O tratamento, disponível na rede pública de saúde, pode ter duração de seis meses a um ano, dependendo do tipo da doença. Podem ocorrer efeitos colaterais, como dores musculares e queda de cabelo, mas a taxa de abandono da terapia é baixa. Os medicamentos mais usados são o Interferon (injeção subcutânea) e a Ribavirina (comprimidos). Na rede privada, o tratamento pode chegar a custar R$ 50 mil.

Saiba mais em:
Rádio Brasil

Caius Lucilius com Caroline Roque e Juliana Castro
Assessoria de Imprensa do HC