​Médica residente de Havard faz intercambio em cardiologia clínica, cirúrgica e emergência


Conhecer atividades práticas e situações reais da cardiologia no Brasil dentro de um hospital universitário. Essa foi a rotina durante 40 dias de Stephanie Rethedge, 30 anos, estudante na Havard Medical Scholl, em Boston, Estados Unidos. Outro objetivo foi comparar os sistemas de saúde dos Estados Unidos e do Brasil.

A residente de medicina interna do Hospital Geral de Massachussets está há duas semanas no Hospital das Clinicas da Unicamp, vivenciando a rotina da especialidade e participando das reuniões científicas semanais da disciplina. Ela participou das reuniões científicas da disciplina, inclusive ministrou aulas.

Essa foi a primeira vez que uma residente da Havard Medical Scholl frequentou a área de Cardiologia na Unicamp. O intercâmbio foi conduzido pela disciplina de Cardiologia da FCM, sob a monitoria do professor Otavio Rizzi Coelho Filho, que atuou como médico convidado em 2012 no serviço de imagem cardiovascular do Brigham and Women’s Hospital da Havard Medical Scholl.

Como não conhecia o Brasil, esse foi um dos motivos que incentivou Stephanie Rethedge a fazer o intercambio. “A literatura sobre doenças cardíacas comuns em países tropicais como o Brasil é relevante, porém conhecer in loco doenças que não existem na America do Norte e com índices altos no Brasil foi um aprendizado incrível”, destaca Rethedge.

Otavio Rizzi Coelho Filho reforça a importância do intercâmbio médico, seja na realização da consulta, do exame clínico, dos diagnósticos de imagem, das condutas terapeuticas, dos estudos hemodinâmicos e até acompanhando cirurgias. “Ela conheceu por exemplo, casos da doença de Chagas, pacientes transplantados e diversas patologias endêmicas de países tropicais em desenvolvimento como o Brasil”.

Entre as áreas assistenciais do HC que Stephanie visitou estiveram os ambulatórios de isquemia e insuficiência cardíaca, a unidade coronária, a enfermaria de cardiologia, a Urgência e Emergência e o centro cirúrgico. Outra rotina descoberta foi no posto de saúde da Prefeitura de Campinas, onde alunos do 6º ano praticam a medicina sob a supervisão de docentes da FCM.

Stephanie Rethedge relatou que suas idas aos postos de saúde onde a FCM atua, provocaram uma forte impressão pela pobreza muito diferente da realidade em que vive em seu país. “Ver de perto essa dificuldade no acesso à saúde me impressionou pela dedicação dos médicos e solidariedade no cuidado dos pacientes”, comentou.

A movimentação de pacientes no HC, comparado aos hospitais norte-americanos, também foi motivo de surpresa para a residente de Havard, especialmente as emergências que chegam na UER. Outra diferença, segundo ela, foi o rigor em relação ao custo financeiro das prescrições de medicações. “Vejo que aqui os custos são muitos discutidos, enquanto lá, não se pensam muito nisso, já que os seguros vão pagar tudo”.

Stephanie Rethedge retornou aos Estados Unidos no último dia 30 de maio, mas suas expectativas pessoais e como médica no Hospital de Clinicas da Unicamp foram superadas. “Minha recepção aqui foi marcante. Todos foram muito amigáveis, muito interessados em conhecer minha vida e se preocuparam em me ajudar. Não esperava passar por tudo isso”, diz surpreendida.

Caius Lucilius com Nicole Almeida – Assessoria de Imprensa HC