15 milhões de brasileiros têm problemas auditivos


Neste sábado (10/11) é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A perda da audição está entre as deficiências mais comuns na população brasileira e estima-se que a cada mil crianças que nascem, entre três e cinco já apresentam problemas auditivos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem mais de 15 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva no Brasil, isso equivale a pouco mais de 7% da população total do país.

 

A perda auditiva pode ser causada por diferentes fatores, como os chamados traumas mecânicos, que compreendem acidentes de trânsito e perfuração causada por objetos, por exemplo. O uso de fones de ouvido em volume muito elevado, infecções de ouvido constantes e rotina de trabalho com exposição ao barulho acima da média recomendada também podem causar surdez. Na maioria dos casos, a instalação da doença ocorre de forma indolor e pode passar despercebida. Por isso é importante prevenir a exposição aos fatores de risco e ficar atento a alterações na percepção auditiva.

 

Dificuldade para escutar o que as pessoas dizem, os diálogos de filmes ou o telefone são sintomas. Em geral, as pessoas desenvolvem métodos próprios para conviver com as limitações que surgem. Pedir freqüentemente que as pessoas repitam o que foi dito, elevar o volume dos aparelhos eletrônicos, evitar reuniões sociais e fingir compreender o que foi dito são algumas atitudes que por vezes levam o doente a postergar a procura por atendimento médico.

 

Uma orientação válida para todas as doenças é a procura pelo atendimento e diagnóstico correto o mais rápido possível. Quanto antes a pessoa com suspeita de perda auditiva procurar auxílio de um profissional, maior a chance de evitar a progressão da doença. No caso da surdez, o médico otorrinolaringologista solicitará exames como a audiometria. Um procedimento simples e indolor no qual o médico pode estabelecer a curva auditiva do indivíduo que é registrada em um audiograma. A partir desse resultado, é possível estabelecer o tipo e grau de perda auditiva.

 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia, 10% das perdas auditivas podem ser tratadas clinicamente e 90% com o uso de aparelhos auditivos. Há também o implante coclear como opção para reversão da surdez. A cirurgia de implante coclear consiste em implantar um grupo de eletrodos na cóclea (parte interna do ouvido), para realizar as funções das células auditivas danificadas ou ausentes, através do estímulo elétrico das terminações remanescentes do nervo auditivo. O aparelho só é ligado 40 dias após a cirurgia.

 

O HC é um dos cinco centros de referência de implante coclear no Brasil e realiza este procedimento em pacientes de vários estados brasileiros. Considerada de alta complexidade, as primeiras cirurgias no HC da Unicamp foram realizadas apenas em adultos, e a partir de 2003, o procedimento passou a beneficiar crianças. O Hospital de Clinicas formou uma equipe maior, mais experiente e com treinamentos específicos para o público infantil. Atualmente, 70% dos pacientes são crianças.

 

Crianças – Atualmente, as crianças já passam por exames de detecção precoce da deficiência auditiva na maternidade, o que não dispensa atenção especial dos pais aos possíveis sintomas. A criança pode apresentar dificuldades na escola, falar muito alto, assistir televisão ou jogar no computador com o volume muito elevado e ainda demonstrar falta de atenção.

 

Poluição Sonora – Um dos fatores mais significativos para as perdas auditivas menos severas, a poluição sonora também interfere em distúrbios do labirinto, ansiedade, nervosismo e hipertensão arterial. Uma pessoa não deve permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis por mais de oito horas, 90 decibéis por quatro horas e se a intensidade chegar a 100 decibéis, por no máximo uma hora.

 

 

Fonte Sonora Intensidade (em decibéis)
Turbina do avião a jato 140
Furadeira pneumática 100-105
Fones de ouvido no volume 5 95
Avenida movimentada 85
Área residencial à noite 40

 

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner

Assessoria de Imprensa do HC Unicamp