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Para marcar o Dia Mundial do Lúpus, celebrado dia 10 de maio, profissionais de enfermagem dos ambulatórios que atendem esses pacientes no HC da Unicamp, promoveram um evento de conscientização sobre a doença e a atenção para os portadores da patologia. Organizado pela enfermeira Tereza Cristina Faustino, as equipes multiprofissionais (alunos, médicos, fisioterapeutas e profissionais de enfermagem) se revezaram nos esclarecimentos sobre a doença e na sua desmistificação, além de conselhos para minimizar os impactos sociais da doença nos portadores e junto aos familiares.

A doença já virou bordão da série Doctor House (“It is not lupus“) estampando camisetas e capas de celular e, também, foi assunto da novela Amor à Vida, da Rede Globo, em 2013. Conhecer casos de pessoas famosas com Lúpus, muitas vezes, ajuda a promover a conscientização sobre a doença e serve de alento para quem teve o diagnóstico recente, ou mesmo para os pacientes que a enfrentam já há algum tempo, servindo como forma de aceitação e fonte de informação para a busca de tratamento e melhor qualidade de vida. Celebridades como Lady Gaga, Kim Kardashian, Selena Gomez, as cantoras Paula Abdul e Toni Braxton, o cantor Seal, a jornalista Astrid Fontenelle e a cantora Tiê são algumas das personalidades que já falaram publicamente sobre suas experiências com a doença.

O lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune que pode apresentar sintomas em diferentes partes do corpo, de forma lenta ou rápida. “A velocidade de aparecimento dos sintomas depende da fase na qual a doença se encontra, que oscila entre períodos de remissão, no qual a inflamação não apresenta sinais e fases de atividade, na qual os sintomas e reações são perceptíveis e surgem de maneira progressiva”, explica a professora Lílian Tereza Lavras Costallat reumatologista do Hospital de Clínicas da Unicamp.

São dois tipos principais de lúpus reconhecidos: o cutâneo, que se manifesta apenas na pele com manchas, geralmente avermelhadas principalmente nas áreas que ficam expostas ao sol, como rosto, orelhas, colo e braços; e o sistêmico, no qual, além da pele, um ou mais órgãos internos podem ser acometidos. Já o Lúpus Eritematoso Sistêmico, conhecido pela sigla LES, é a forma sistêmica da doença que pode acometer múltiplos órgãos e sistemas.

O distúrbio crônico que a doença provoca faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações. Ainda não tem causa conhecida mas pode provocar sintomas em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas). Segundo o Ministério da Saúde, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando, aproximadamente, 70% dos pacientes com lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

O HC da Unicamp atende em média de 35 a 40 pacientes com lúpus e entre quatro e cinco precisam ficar internados para tratamento. De acordo Lilian Tereza lavras Costallat, fatores etológicos genéticos, hormonais, imunológicos e infecciosos são relacionados ao lúpus eritematoso sistêmico. “É uma doença complexa que não tem uma etiologia bem definida e nem um único fator causal”, diz Lilian.

O diagnóstico é por meio da história clínica, com envolvimento sistêmico de diversos órgãos, principalmente pele, articulações, rins, sistema hematológico, pulmões e sistema nervoso, mas qualquer órgão pode ser acometido. Quanto ao laboratório, alterações no hemograma, presença de alterações como perda de proteína observada no exame de urina podem fazer a suspeita do LES que pode ser confirmada pela presença de autoanticorpos, principalmente com a presença do fator antinúcleo (FAN).

“Quem tem lúpus deve evitar exposição solar e contato com infecções. Deve ter alimentação balanceada e equilibrada e atividade física moderada, nos períodos de doença controlada e, principalmente, ter uma adesão consciente ao tratamento dessa doença crônica”, explica Lilian que acrescenta “”É importante levar informações aos nossos pacientes, familiares e a toda população sobre o Lúpus, que se enquadra como uma doença rara, não é contagiosa, complexa, de difícil diagnóstico e que com o uso de medicamentos adequados, o paciente tem uma vida praticamente normal”.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC

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