Superintendente do HC participa do lançamento do Programa TransplantAR Aviação Solidária


Evento aconteceu no Palácio dos Bandeirantes com a participação do governador do Estado de SP

A superintendente do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Elaine Cristina de Ataíde, participou na segunda-feira (9/9) do lançamento do programa TransplantAR Aviação Solidária, que vai usar aeronaves privadas para o transporte gratuito de órgãos destinados a transplantes. A cerimônia de lançamento do projeto foi conduzida pelo governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no Palácio dos Bandeirantes.

De acordo com Elaine que também é cirurgiã transplantadora, a rapidez no transporte de órgãos é essencial para aumentar a chance de sucesso nos transplantes. Com o apoio da aviação, o transplantAR encurta distâncias e contribui diretamente para a preservação da viabilidade dos órgãos captados. Essa iniciativa demonstra o compromisso do Estado em melhorar a infraestrutura e os processos de saúde, oferecendo mais esperança e qualidade de vidas aos pacientes.

“Durante o evento, pude conhecer de perto a estrutura montada para esse programa, além de interagir com profissionais da saúde e do setor de aviação envolvidos na operação. Saio com a profunda admiração por todos os envolvidos e com  compromisso de continuar apoiando projetos que colocam a vida e o bem-estar das pessoas em primeiro lugar”, disse a superintendente do HC da Unicamp.

A iniciativa pioneira da Secretaria de Estado da Saúde e em parceria com o Instituto Brasileiro de Aviação (IBA) não acarretará custos aos cofres públicos e utilizará aeronaves privadas, que frequentemente permanecem paradas em hangares, para realizar os deslocamentos. O IBA será responsável por selecionar os proprietários dos veículos aéreos que estejam dispostos a doar horas de voo para o programa.

“Veja como a gente pode fazer a diferença com aeronaves que alcançam muitas vezes as pistas mais remotas e que podem, de fato, fazer esse transporte de órgãos. E o que a gente precisava era coordenar esse esforço, coordenar essa logística para que a gente não perca mais a oportunidade de salvar vidas”, disse Tarcísio durante a assinatura do projeto.

Helicópteros, turboélices e jatos particulares autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) poderão ser utilizados de forma voluntária pelo programa. Pelo programa, a Central de Transplantes acionará o IBA quando instituições/equipes de transplante precisarem de apoio aéreo para realizarem o deslocamento até o local onde se encontra o potencial doador.

A iniciativa visa ampliar a frota de aeronaves solidárias, facilitando o deslocamento de equipes para a captação de órgãos em áreas remotas, reduzindo a perda de órgãos por problemas logísticos. Entre 2013 e 2023, em média 2,4% dos órgãos (coração, pulmão e fígado), ou seja, 965 potenciais transplantes, não foram realizados por dificuldades no transporte.

“Essa doação de horas de voos para ajudar na logística da captação de órgãos que o programa Transplantar vai oferecer é uma atitude que nos faz cada vez mais crer no ser humano. Uma atitude solidária e de responsabilidade social. Uma atitude de amar ao próximo. Não tenho dúvida de que com esse programa nós vamos deixar nossa logística de captação de órgão cada vez mais competente”, explicou o secretário de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva.

Transplante no HC da Unicamp

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp recebeu na terça-feira (3/9) o Prêmio Amigo do Transplante 2024. A premiação ocorreu durante o III Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes do Estado de São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, e faz parte das comemorações do Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos.

Desde 1984, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2023, o HC da Unicamp realizou 9.529 transplantes de córnea, coração, fígado e medula óssea e, em 2024, alcançou a marca de 3.500 transplantes de rins.

Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extracorpórea: de 4 a 6 horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 8 a 16 horas e os rins podem levar até 48 horas para ser transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

Transplantes no Estado

Em julho deste ano, cerca de 23 mil pessoas aguardavam por um transplante de órgãos ou tecidos no estado de São Paulo. O estado é responsável por 31% de todos os procedimentos de doação realizados no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, foram feitos 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas. A Central de Transplantes do Estado de São Paulo registrou, no mesmo ano, um aumento de 5% no volume de transplantes de órgãos e tecidos em relação a 2022. Foram 8.176 e 8.597, respectivamente. Até junho deste ano, foram realizados 4.027 transplantes.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fonte: TV Cultura
Fotografia: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP e Elaine Ataíde