A disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, responsável pelo ambulatório de Dermatologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp promove neste sábado, 7 de dezembro, em parceria com a Secretaria de Saúde de Campinas e com a rede Mário Gatti, o mutirão de prevenção e diagnóstico de câncer da pele como parte do “Dezembro Laranja”. A atividade é aberta ao público em geral e o atendimento será das 9 às 15 horas, no prédio dos ambulatórios do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, à avenida Pref. Faria Lima, 340, no Parque Itália em Campinas, SP.
Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, com a participação dos serviços de dermatologia credenciados no país, a campanha deste ano tem o slogan “Proteger a pele é proteger a saúde”. Faz parte do “Dezembro Laranja”, realizado da desde 1999, com a promoção de uma série de iniciativas de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, incluindo a importância da fotoproteção em suas diferentes formas para a redução dos riscos. O mutirão vai envolver médicos dermatologistas, oncologistas, equipes de enfermagem, residentes e alunos de medicina.
A dermatologista do HC e coordenadora da campanha pela Unicamp, Thaís Helena Buffo, explica que o foco da campanha são os pacientes com suspeita de câncer de pele, geralmente representadas por lesões que estão crescendo, sangram espontaneamente ou não cicatrizam, bem como, os que possuem pintas escuras que estão aumentando de tamanho, tem cores variadas ou ulceram rapidamente em poucos meses. Não há necessidade de encaminhamento ou agendamento prévio.
De acordo com Thaís, o câncer de pele é o mais frequente em todo o mundo e o principal fator de risco é a exposição solar. Embora possa ocorrer em todos os tipos de pele, é mais frequente em pacientes com pele e olhos claros. A médica da Unicamp reforça que o evento será uma oportunidade para a população cuidar da pele.
“A grande importância para a população de uma forma geral é que o câncer de pele, quando detectado precocemente, tem um dos maiores índices de cura existentes. Para os casos em que houver identificação de lesões suspeitas, o paciente será encaminhado para biópsia e tratamento nas unidades do Mario Gatti, HC Unicamp e policlínica da prefeitura de campinas”, afirma a dermatologista.
Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, pessoas com a pele clara, sardas, cabelos e olhos claros. “É muito importante que o paciente observe se existem alterações em sua pele, principalmente lesões em geral assimétricas, que podem formar uma ferida ou úlcera central, que apresentem coceira, sangram facilmente e que nunca cicatrizam”, ressalta Thaís.
As orientações para prevenção da doença incluem evitar a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta, principalmente no período entre 10 e 16 horas. No caso de exposição ao sol, recomenda-se o uso de chapéus e protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas horas e com fator de proteção solar de no mínimo 30.
Tipos de câncer de pele
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
O câncer de pele apresenta diferentes tipos da doença, como o carcinoma basocelular, o mais frequente, que corresponde a 70% da incidência registrada. Esse tipo de câncer está diretamente ligado a exposição aos raios ultravioletas acumulada durante a vida. Assim, é comum seu surgimento se dar após os 40 anos. Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surge com frequência em regiões mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Pode se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. É duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além da exposição prolongada e sem proteção ao sol, o tabagismo também é um fator que contribui para o surgimento desse tipo de câncer.
O tipo mais letal e agressivo é o melanoma – registra 8,4 mil casos anualmente no Brasil –, cujo diagnóstico e tratamento precoce são determinantes para a cura (em 90% dos casos), e quando não tratado, pode levar à morte. É o menos frequente dentre todos os cânceres da pele.
Os principais sintomas são o crescimento de manchas na pele, com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; o surgimento de uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou ainda, uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Serviço
Campanha contra o Câncer de Pele
Informações sobre a doença, exames gratuitos da pele e agendamento de casos positivos de câncer
Dia: 07 de dezembro (sábado)
Local: Prédio dos ambulatórios do Hospital Municipal Dr Mário Gatti – Av. Pref. Faria Lima, 340 – Parque Itália, Campinas – SP
Horário: 9h às 15h
IMPORTANTE: Os pacientes devem trazer documento de identidade ou CPF, cartão SUS e comprovante de endereço para realização de cadastro dos casos positivos de câncer