Cosmitria do HC melhora autoestima de pacientes


A cosmiatria é uma área da medicina que estuda e trata da beleza através de procedimentos que melhoram a aparência da pele em geral. No Hospital de Clínicas da Unicamp a cosmiatria está inserida ao Ambulatório de Dermatologia, e trata pacientes triados em outros ambulatórios do HC, melhorando a qualidade de vida e autoestima.
 
De acordo pela dermatologista responsável pelo ambulatório de Cosmiatria, professora Luiza Pitassi, o HC faz diversos tratamentos como preenchimentos, uso de laser, aplicação de toxina botulínica e entre outros. “A cosmiatria no HC é voltada principalmente para pacientes com alguma doença, como a aids, melasmas (manchas escuras na pele), pênfigo, pessoas com lúpus, tratamento de acne e entre outras doenças que causem algum tipo de alteração da beleza da pele”, afirma a dermatologista.

Através de uma triagem nos demais ambulatórios do HC, os pacientes são encaminhados e tratados, caso de pacientes com o vírus HIV que apresentam a lipoatrofia (perda de gordura) facial. “Geralmente estes pacientes sofrem com o estigma da face, que demonstra a doença, então é realizado um preenchimento estético para melhorar a qualidade de vida”, conta.
 
Contudo, a docente coordenadora da disciplina de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas, Renata Magalhães, explica que este ambulatório está voltado principalmente para a formação curricular dos médicos dermatologistas. “Como coordenadora da disciplina, vejo a necessidade de incluir a cosmiatria na formação dos residentes em dermatologia para que tenham condições de trabalhar futuramente e atender também a esta demanda, crescente na população e, muitas vezes, abordada por profissionais sem qualificação”, ressalta Magalhães sobre a formação médica.
 
Além do tratamento facial, o ambulatório atende pessoas com estrias, causadas pelo uso de remédios ou por doenças. “Atendemos diversos adolescentes que fazem uso de altas doses de corticóides e por também estarem em fase de crescimento há uma pré-disposição de aparecerem estrias. Isso faz com que muitos se isolem e fiquem bem introspectivos. Por meio de procedimentos conjuntos e o uso do laser, é possível melhorar o aspecto da pele”, explica a professora.
 
Segundo Luiza Pitassi, o ambulatório de cosmiatria é dividido em duas etapas, os workshops e o atendimento ambulatorial. “A cosmiatria é uma disciplina da dermatologia, e é no ambulatório que os médicos residentes aprendem todos os tratamentos. Eu monto um cronograma de procedimentos e conforme a aula, nós vamos encaixando os pacientes conforme as necessidades de cada um”, aponta.
 
Perfil – A dermatologista conta que o ambulatório não possui uma faixa etária específica, mas alguns tratamentos oferecidos são mais procurados por determinados grupos. “A gente observa, por exemplo, que o tratamento de acnes e estrias é mais procurado por adolescentes e jovens. Já a aplicação de toxina botulínica é procurada em sua maioria por mulheres”, explica.
 
Luiza Pitassi ainda afirma que dos 50 atendimentos realizados, em média, a cada mês, 80% são feitos em mulheres e 20% em homens. “Em geral, mulheres procuram mais o serviço, mas a gente tem observado que cada vez mais homens estão procurando estes procedimentos e se cuidando, principalmente no tratamento de lipoatrofia facial e acne”.
 
Tratamentos – Muitos dos ácidos e toxinas utilizados nos procedimentos da cosmiatria não são disponibilizados pelo Ministério da Saúde, para atendimento no Sistema de Saúde (SUS). Para atender os pacientes, o ambulatório em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) participa do programa “Projeto Residentes”, em que as residentes R3 recebem por ano uma quantia de toxina botulínica e ácido hialurônico de três empresas, para realizar o tratamento de pacientes gratuitamente.
 
“Muitos dos procedimentos oferecidos são caros e a maior parte dos pacientes atendidos pelo SUS não tem condições de pagar um tratamento estético que use, por exemplo, toxina. Então o ambulatório atende principalmente àqueles casos mais complicados de serem tratados”, afirma Pitassi.

Caius Lucilius com Nicole Almeida – Assessoria de Imprensa HC