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O ambulatório de Oftalmologia do HC da Unicamp promove hoje, 08 de outubro, a palestra Mulheres e a Visão sobre prevenção da cegueira entre as mulheres em comemoração ao Dia Mundial da Visão, data instituída em 2000 pelo Programa 2020: O Direito à Visão, que tem como objetivo primordial eliminar a cegueira por causas evitáveis do mundo até o ano de 2020. No HC da Unicamp cerca de 60 % dos pacientes são mulheres e meninas. A palestra acontece no auditório da Oftalmologia do HC a partir das 11 horas.

Este ano, o tema em debate é “Gênero e Saúde dos Olhos: Acesso Igual à Visão”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB – International Agency for Prevention of Blindness), responsáveis pela iniciativa, se apóiam em pesquisas internacionais para afirmar que dois terços dos cegos do mundo são mulheres e meninas.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Prevenção da Cegueira do HC, Denise Fornazzari, mulheres e meninas correm mais risco em qualquer idade, em qualquer parte do mundo e representam 2/3 dos cegos do mundo. Esses altos índices de cegueira e deficiência visual em mulheres, explica, podem ser explicados por três fatores: particularidades culturais, sociais e biológicas; maior expectativa de vida e baixo acesso aos serviços de saúde.

Entre os fatores sociais e culturais que colocam os olhos das mulheres em maior risco está o fato de que elas geralmente são responsáveis pelo cuidado com a saúde da família e por isso ficam mais expostas a doenças infecciosas, como o tracoma por exemplo. Além disso, em alguns lugares, as mulheres não têm poder de decisão sobre medidas e gastos com a própria saúde, que fica nas mãos de filhos ou marido. Em geral, as necessidades femininas de cuidado ocular nem sempre são consideradas tão urgentes ou importantes quanto às dos membros homens da família.

“Biologicamente, também há indícios de que as mulheres têm mais chance de desenvolver doenças oculares. No caso da catarata, principal responsável pela cegueira evitável em países em desenvolvimento, elas apresentam uma incidência levemente maior da doença do que os homens”, comenta Fornazari que acrescenta ”Suspeita-se que esse maior risco se deva a questões hormonais”.

Os dados internacionais apontam a necessidade de iniciativas para promover mais saúde ocular entre as mulheres. Entre as medidas sugeridas estão a adoção de programas facilitadores do acesso de mulheres a serviços de saúde, a conscientização dos familiares sobre as necessidades delas e o estímulo às mulheres para que elas também se tornem tomadoras de decisão quanto a questão é a própria saúde.

Caius Lucilius com assessoria da ALCON
Fotos: Mariana Nogueira Marciano Edição das imagens: Alexandre da Silva
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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