Conteúdo principal Menu principal Rodapé
Notícias

Gastrocentro realiza mutirão de colonoscopia

Ação teve apoio da Superintendência do HC, DRS-7 e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva de São Paulo

Cerca de 50 pacientes da Unicamp e da região de Campinas (DRS-7) com necessidade de rastreamento de neoplasia colorretal foram convocados para o mutirão de colonoscopia realizado no dia 24 de março no Gastrocentro da Unicamp. Até as 10 horas da última-sexta (24), as equipes de Endoscopia Digestiva, Gastroenterologia e Proctologia já haviam realizado 20 exames. Foram usadas oito salas no Gastrocentro para os exames e mais de 50 profissionais entre médicos, enfermeiros e equipe de apoio participaram do mutirão.

Márcia Regina Bueno de Godoy Moraes, de Cosmópolis, aguardava desde janeiro a realização do exame e achou que a convocação foi rápida. “Tem gente que aguarda demais na fila. Achei muito bom esse mutirão”, disse. Franciele de Oliveira Souza, de Sumaré, aguardava há cinco meses o exame. “Eu perdi o dia do meu exame e precisei remarcar, e fui chamada para vir hoje ao Gastrocentro”, comentou.

De acordo com o coordenador geral do Gastrocentro, Ciro Garcia Montes, se tem uma doença que é possível prevenir 100% é o câncer colorretal. “Infelizmente, nos dias atuais, 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor”, diz Ciro.

No Brasil, o câncer colorretal atinge mais de 40 mil pessoas por ano. Com o envelhecimento da população, estima-se que o número de mortalidade em virtude da doença aumente até 2025. Apesar da alta mortalidade, o câncer colorretal tem cura, especialmente quando diagnosticado precocemente.

“Grande parte dos tumores de cólon tem crescimento lento ao longo dos anos e quanto antes for feita a prevenção a gente consegue identificar pólipos a partir de dois ou três milímetros, e durante o próprio exame é possível retirar essas lesões. Isso evita que daqui a cinco ou 10 anos essa lesão se torne maligna, trazendo todos os sinais e sintomas de um câncer e suas consequências”, explica Rafael Guedes Dias, médico gastroenterologista e endoscopista do Gastrocentro.

Diagnóstico precoce

Segundo Carlos Augusto Real Martinez, coloproctologista da Unicamp e responsável pelo ambulatório multidisciplinar do câncer de reto, a totalidade dos cânceres colorretais tem origem a partir de mutações genéticas que ocorrem nas células que revestem a superfície interna do intestino grosso. Vários exames ajudam no diagnóstico. Desde uma história clínica bem colhida, com pesquisa de antecedentes familiares e o toque retal, até exames mais completos, como a colonoscopia.

“A melhor maneira de se prevenir o câncer colorretal é a avaliação preventiva de cada indivíduo por um especialista e a realização de colonoscopia em todas as pessoas a partir dos 45 anos de idade”, recomenda Martinez.

Para o médico coloproctologista e atual diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Claudio Saddy Rodrigues Coy, uma pessoa com câncer avançado pode ser curada, mas as custas de cirurgias de grande porte, necessidade de quimioterapia e radioterapia e, eventualmente, tratamento de metástases. Tudo isso é acompanhado por uma preocupação com relação ao controle da doença.

“A pessoa fica na dúvida se está curada ou não. O diagnóstico precoce possibilita altas taxas de cura e procedimentos terapêuticos mais simples”, reforça Coy.

Março Azul

Março é o mês dedicado ao combate do câncer colorretal, o terceiro tumor que mais causa mortes e o segundo mais incidente em homens e mulheres por volta dos cinquenta anos, depois do câncer de próstata e mama. Hoje, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é da ordem de 4,3% sendo que ela é mais comum em homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham histórico familiar da doença.

O mutirão foi realizado em conjunto com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) – Regional de São Paulo e faz parte da campanha Março Azul – Mês de Conscientização e Prevenção do Câncer Colorretal. O Gastrocentro da Unicamp foi um dos três locais escolhidos pela SOBED-SP para a realização de mutirões no Março Azul, que acontecerão no mesmo dia no Hospital de Câncer de Barretos e no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Tomazo Franzini, presidente da SOBED-SP, diz que “o mês de março é emblemático, pois se cria uma grande onda para chamar a atenção da população para a prevenção da neoplasia do câncer colorretal”. A SOBED trouxe médicos associados para ajudar a equipe do Gastrocentro na realização dos exames e material de apoio da campanha.

Mutirões

Desde o ano passado, o HC da Unicamp vem realizando mutirões para zerar as filas de espera por exames e cirurgias. A maioria das ações acontecem com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde, através da Diretoria Regional de Saúde (DRS-7).

A primeira atuação do HC da Unicamp foi em julho de 2022 com a realização de 153 avaliações pré-operatórias de pacientes agendados pelos municípios através da DRS-7. Em seguida, em agosto, ocorreram as primeiras cirurgias de hérnia e vesícula efetuadas pela equipe do HC, em Pedreira, no Hospital Humberto Piva.

Em setembro, o HC foi um recorde dentro da campanha do Mutirão, já que o hospital atendeu 1.700 pacientes em um único dia, dentro da campanha do Mutirão. Foram consultas de avaliação pré-operatórias para retirada da vesícula biliar, além de exames laboratoriais e de imagens.

Em dezembro de 2022, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou um mutirão para o atendimento de pacientes oncológicos de 41 municípios das regiões de Campinas e São João da Boa Vista. As principais neoplasias atendidas foram pulmão, próstata, melanomas (pele) e cabeça e pescoço.

Já a partir de fevereiro de 2023, foram agendados diversos mutirões para esse ano, dentes eles: Câncer de cabeça e pescoço, Otorrinolaringologia, Ortopedia/Quadril, Colecistectomia, Endoscopias de crianças, Oncologia torácica, Ortopedia/Joelho e Vascular.

“Graças a esses mutirões, podemos identificar patologias importantes que podem ser tratadas e acompanhadas antes que se tornem graves, e para zerar a fila de espera por cirurgias, essa ação precisa ser contínua. Por isso, estamos mantendo constante diálogo com os governos estadual e federal para novos aportes financeiros durante esse ano”, revela Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC da Unicamp”.


Leia também:


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Equipes do Gastrocentro, da SOBED e Núcleo de Comunicação do HC

Ir para o topo