Unicamp e PUC-Campinas promovem encontro de ex-residentes de reumatologia


A Unicamp e PUC-Campinas promoveram nos dias 22 e 23 de março, o Encontro de Ex-residentes em Reumatologia para discutir avanços em diagnósticos e tratamentos de doenças reumáticas. O evento, que aconteceu no Quality Resort & Convention Center, em Itupeva, reuniu cerca de 100 médicos formados pelas duas universidades e que atuam em todo país. Durante os dois dias do evento científico foram apresentados estudos e pesquisas sobre o desenvolvimento de medicamentos de última geração para várias doenças reumáticas como artrite reumatoide, lúpus, espondiloartrites, osteoartrite, fibromialgia, esclerose sistêmica, entre outras.

A aula de abertura do Encontro foi ministrada no dia 22 pelos professores Adil Samara (Unicamp) e José Roberto Provenza (PUC-Campinas). Samara (foto) iniciou o tema da aula sobre reumatologia relatando a fundação de um dos mais importantes hospitais do mundo, o Johns Hopkins Hospital, um hospital universitário em Baltimore, Maryland (Estados Unidos), viabilizado com doações de quatro médicos, também conhecidos como “Four Horsemen”: William Henry Welch (patologista), William Osler criador da 1ª residência de clínica médica, William Stewart Halsted, professor de cirurgia e responsável pela 1ª residência em cirurgia e Howard A. Kelly, professor de ginecologia que desenvolveu vários instrumentais como a pinça de Kelly.

O professor da Unicamp recordou os primeiros relatos sobre tratamento de reumatologia no Brasil nos anos 40, o que incluía as águas sulforosas para terapia em artrite reumatoíde e a sulfassalazina usada até os dias atuais. Já nos anos 60 citou do antiinflamatório cortisona como uma das grandes descobertas da medicina e seu emprego na reumatologia. Ainda na década de 60 foi o primeiro médico de Campinas a diagnosticar um paciente com Gota. “Mas o mais importante de um evento como esse é ver nossos ex-residentes formados e levando a reumatologia à frente em todo país”, conclui.

José Roberto Provenza destacou também um pedaço da história da medicina citando como a primeiro relato da humanidade sobre doenças reumatológicas no antigo Egito e Hipócrates como o primeiro a descrever a influência do frio e mudanças climáticas sobre a artrose. Já no meio do século passado destacou a descoberta da droga fenilbutazona que impulsionou o tratamento de várias doenças entre elas, a artrite reumatóide. Provenza conclui sua palestra descrevendo um cenários dos novos medicamentos e terapias para doenças reumatológicas.

A qualidade de vida para pacientes reumáticos tem melhorado significativamente com novas abordagens clínicas e com as novas drogas, entre elas os agentes biológicos que atuam em nível celular e ajudam na superação da limitação das atividades rotineiras como se vestir ou tomar banho, já que atuam na ação contra o processo inflamatório.

“As novas técnicas para o diagnóstico e tratamento são tendências cada vez mais próximas da realidade dos hospitais brasileiros e a atualização científica e a troca de experiências durante o evento são fundamentais para alcançarmos esse patamar”, explica um dos coordenadores do evento, o professor Manoel Barros Bertolo, da FCM-Unicamp que ministrou a aula sobre artrite reumatoíde.

Para o professor Rubens Bonfiglioli da PUC-Campinas, também na coordenação do evento, muitas dessas doenças são de evolução crônica e necessitam tratamento prolongado, mas a evolução e o prognóstico são muito variáveis, de doença para doença e de paciente para paciente, assim ao contrário do que se diz popularmente não é uma “doença de velho”, mas sim pode também acontecer em qualquer idade, inclusive em crianças recém-nascidas. “Como o tratamento dependerá do tipo de doença e do paciente em si, o diagnóstico correto e o tratamento adequado é fundamental, para um prognóstico mais favorável”, ressalta Bonfiglioli que falou aos convidados sobre espondiloartrite.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Walber Pinto Vieira, o evento foi de alto nível. “A atualização científica e a troca de experiências no tratamento de doenças reumatológicas foi muito boa e o interessante foi presenciar um número expressivo jovens médicos interessados e dedicados a pesquisas e investigações clínicas”, ressaltou. Também compareceram ao evento científico o presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia, Paulo Louzada Junior e o futuro presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o médico Cesar Baaklini, de Marília.

A disciplina de reumatologia da Unicamp possui quatro residentes todos os anos e a PUC-Campinas dois residentes. O Encontro de Ex-residentes em Reumatologia contou com apoio institucional Sociedade Paulista de Reumatologia e das empresas Abbott, Pfizer, Roche, Aché, AstraZeneca, GlaxoSmithKline, Janssen e Sanofi.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC