​HC entrega nova área de hemodiálise com tecnologia de ponta


O Centro Integrado de Nefrologia do Hospital de Clínicas da Unicamp entrega nesta quarta-feira (2-10), as 11 horas, o novo salão de hemodiálise totalmente modernizado e um novo sistema automatizado de última geração para produção de água ultrapura por osmose reversa em duplo-passo. Na ocasião será inaugurada ainda uma pequena praça infantil em frente à Unidade.

O investimento para compra do sistema de purificação de água e para a construção da nova área foi e R$ 750.000,00 assegurado pela reitoria da Universidade. O novo salão deverá atender pacientes adultos e pediátricos com insuficiência renal que necessitam de hemodiálise clássica.

O novo salão de hemodiálise tem 250 m² – o dobro do anterior – e será denominado professor Gentil Alves Filho. O médico – falecido em 2015, foi o responsável pelo primeiro transplante de rim na Unicamp e o fundador da unidade em 2003. Essa foi a primeira obra de grande porte executada no CIN desde a sua inauguração. O salão possui 18 terminais de hemodiálise e recebeu nesta construção, sistema de gases medicinais, climatização central, ilha de atendimento das equipes e está adequado às normas de AVCB.

De acordo com o engenheiro Sérgio Lacerda, diretor da Divisão de Engenharia e Manutenção (DEM) do HC, o destaque da obra é o sistema de ultrapurificação de água para hemodiálise. Totalmente automatizado, o novo sistema tem a capacidade de distribuir 1500 litros de água por hora. Essa água é fornecida pela rede da cidade e passa por diferentes etapas de filtragem que começa pelo cilindro de areia, carvão ativado, circula por duas membranas de osmose reversa (duplo-passo), filtro de endotoxinas, tratamento de luz ultra violeta e por fim, o tratamento de ozônio.

O sistema anterior de ultrapurificação de água não possuía todas as tecnologias na época e agora exigidas pela Vigilância Sanitária, entretanto, nunca ocasionou qualquer problema aos pacientes da Unicamp. Os contaminantes mais comuns encontrados na água e que podem representar perigo aos pacientes são o alumínio, a cloramina, o fluoreto, o cobre e zinco usados no tratamento de água no Brasil. Além desses existem bactérias e endotoxinas.

“A tecnologia que a Unicamp está colocando para seus pacientes é a mesmo que os melhores hospitais privados do país e ou mesmo de países da Europa ou América do Norte”, informa Lacerda. O responsável pela obra explica ainda que a rede de canos anterior por onde circulava a água para hemodiálise era quatro vezes maior, o que aumentava o risco de contaminação. A nova rede para água ultrapura tem cerca de 50 metros com uma tubulação especial PEX – a anterior era de pvc comum – e todas as conexões do sistema são de aço inox inclusive as bombas de circulação.

O complexo sistema de purificação da água é comandado por um painel IHM de automação que permite ao controlador uma variável de processos complexos em informações como consumo, ph, desinfecção, vazamentos, conexões com as máquinas, alarmes entre outros. O monitoramento dos parâmetros de funcionamento pode ser através de um aplicativo no smartphone ou nas telas de computador local ou à distância.

A hemodiálise é um processo mecânico que consiste em filtrar e depurar o sangue, retirando dele as substâncias que trazem prejuízo ao organismo. Esse processo é utilizado por pessoas que são portadoras de insuficiência renal e que necessitam fazer a purificação via externa. É feita através de uma máquina e um dialisador, onde o sangue é retirado do organismo e levado até o dialisador para que seja filtrado e retorne ao organismo limpo. Sua qualidade em relação à limpeza sanguínea é similar ao rim humano em funcionamento normal.

Atualmente, o CIN realiza uma média 54 sessões de diálise diariamente, entre entre adultos e crianças. Em média cada paciente realiza três sessões de hemodiálise por semana e é submetido entre 120 a 200 litros de água por sessão, que dura cerca de 3 a 4 horas.

Gentil Filho – O médico nefrologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Gentil Alves Filho faleceu em 2015 e foi o responsável clínico pelo primeiro transplante de rim na Unicamp. Nasceu em 1951, em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina e fez doutorado na área de nefrologia Universidade Federal de São Paulo em 1982. Foi professor assistente e doutor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e responsável clínico pela equipe de Transplantes Renais da Unicamp.

Na Unicamp, foi coordenador clínico do serviço de transplante renal e responsável clínico pelo primeiro transplante de rim na Unicamp. Os procedimentos, segundo ele, contavam com doadores intervivos de 1984 a 1989. O programa ganhou impulso ao incluir receptores de rim de doadores falecidos. O aumento de transplantes estimulou o início das campanhas de doação de órgãos. Mas foi em 1990, segundo Alves Filho, com a criação da Central de Captação de Órgãos do Hospital de Clínicas (OPO), que os pacientes começaram a ter mais possibilidades de transplante.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC