A direção do Hospital das Clínicas da Unicamp realizou nesta segunda-feira (27/01), uma coletiva de imprensa para apresentação do plano operacional da instituição para o contingenciamento de possíveis casos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19). O plano está disponibilizado no site do HC.
O objetivo da coletiva foi demonstrar que o hospital está preparado para algum eventual caso da doença na região, como já ocorreu anos atrás para enfrentar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a Influenza Suína (Gripe suína), a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS) e mais recentemente, o sarampo.
A condução das entrevistas foi feita pelo infectologista e superintendente em exercício, professor Plínio Trabasso e pela infectologista e coordenadora da Seção de Epidemiologia Hospitalar, professora Maria Luiza Moretti. A instituição criou um grupo de trabalho (GT) com 15 profissionais de várias áreas do hospital, inclusive da área administrativa, para coordenar as ações, caso algum paciente apresente sintomas clínicos não confirmados.
A professora Maria Luiza resgatou a expertise da equipe da Seção de Epidemiologia Hospitalar do HC na área com epidemias de doenças comunitárias, bem como de todos profissionais de saúde da instituição que são treinados para eventuais casos de alto risco de contagio. “Tudo certamente, caso aconteça, terá início na porta de urgência e nossa equipe já está pronta para qualquer caso”, ressaltou Moretti.
Plínio Trabasso reforçou a importância de se tranquilizar a população já que o HC mantém uma vigilância ativa para detectar o vírus precocemente e evitar a transmissão para outras pessoas. O hospital mantém total condição técnica e de materiais para qualquer caso que venha aparecer.
Além da equipe multidisciplinar especializada, inclusive na área de emergência, o HC da Unicamp mantém equipamentos específicos de vestiário, exames laboratoriais e 18 leitos especiais de pressão negativa com filtragem HEPA (isolamento), sendo dois pediátricos para a internação de pacientes com microorganismos de transmissão aérea.
A transmissão pessoa-pessoa ocorre com outros coronavírus, como MERS-CoV e SARS-CoV, porém a transmissão, nestes casos, ocorre quando existe contato muito próximo entre as pessoas. Importante ressaltar que existe variação quanto a capacidade do vírus ser transmitido entre pessoas.
As investigações estão sendo dirigidas no sentido de conhecer o comportamento e a transmissibilidade do COVID-19. A transmissão pessoa-pessoa se dá através da via respiratória, por secreções produzidas por exemplo, durante episódios de tosse, espirros e coriza, semelhante à transmissão do vírus da influenza.
A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. Com quase três mil casos confirmados, segundo o boletim da OMS de 27 de janeiro, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença.
Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC