A Unicamp inaugurou um novo salão para a realização de hemodiálise no Centro Integrado de Nefrologia (CIN) do Hospital de Clínicas (HC). Equipado com um sistema de alta tecnologia para a ultrapurificação da água utilizada nos procedimentos, o novo espaço possui 18 terminais de hemodiálise e uma área de 250m², duas vezes maior que o anterior. Com o investimento na tecnologia, o CIN, que funciona desde 2003, passa a oferecer um ambiente ainda mais seguro aos pacientes. O salão recebe o nome de Gentil Alves Filho, professor pioneiro no transplante de rins na Unicamp.
“Essa área de hemodiálise vai atender pacientes adultos e pediátricos e dar suporte a unidades de internação e unidades ambulatoriais do complexo. Ela foi praticamente toda refeita e incorpora tecnologia de ponta, com destaque a um sistema de tratamento de água de alta performance, que é conhecido como osmose reversa de duplo passo”, avalia o professor Rodrigo Bueno de Oliveira, coordenador da unidade de diálise do CIN.
A hemodiálise é um procedimento que remove as substâncias tóxicas do organismo, e é realizada em pessoas que têm insuficiência renal, ou seja, que perderam a função natural dos rins. “Para continuarem vivas, elas precisam substituir a função dos rins por meio da hemodiálise. Nós atendemos pessoas que não têm mais função renal e que se sustentam vivas por esse método artificial de depuração do sangue”, explica o professor.
A cada sessão de hemodiálise, o paciente recebe de 120 a 200 litros de água, que precisa ser ultrapura, sem as substâncias presentes em um tratamento comum de água, como o alumínio, a cloramina, o fluoreto, o cobre e zinco, para que não haja risco. Dessa forma, o novo sistema é celebrado pelos profissionais e usuários do CIN.
A fim de remover os contaminantes, a tecnologia implementada no novo salão inclui diversas etapas de filtragem da água: cilindro de areia, carvão ativado, duas membranas de osmose reversa de duplo passo, filtro de endotoxinas, tratamento de luz ultravioleta e tratamento de ozônio. Para a obra do espaço, que também possui climatização central, sistema de gases medicinais e ilha de atendimento das equipes, foram investidos R$ 750 mil pela Unicamp.
Com a requalificação, conforme Rodrigo, “os pacientes, no seu tratamento, passam a ter um ambiente absolutamente adequado, salubre, dentro das normas sanitárias, e vão contar, como sempre contaram, com profissionais de excelência reconhecidos no Brasil e internacionalmente”. O professor destaca, ainda, os benefícios que o novo espaço trará para o ensino e para a pesquisa na área da saúde. “Além da função assistencial, há uma função muito importante para o ensino de novos médicos na graduação, especialização, residência em nefrologia adulta e pediátrica, para o ensino de demais profissionais que atuam nessa área e para a pesquisa”.
A diretora de Enfermagem do CIN, Silvia Angelica Jorge, também salienta as melhorias na dinâmica do ambiente, que se torna mais acolhedor para os pacientes e mais adequado para as atividades dos profissionais. “Nesse salão, a enfermagem consegue ter a visão de todos os pacientes ao mesmo tempo. Antes eram duas salas e agora concentra em uma só”.
Além do novo salão, foi inaugurada uma pequena praça em frente ao local, pensando em acomodar os familiares do paciente que realiza a hemodiálise, procedimento que leva em torno de quatro horas e precisa ser feito três ou mais vezes por semana.O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, destacou, durante a cerimônia, a ótima qualidade da nova área. “O serviço ficou excelente e trará não só benefícios e menor risco de contaminação, com uma qualidade melhor, como também um atendimento mais adequado”, disse.
Homenagem a Gentil Alves Filho
O salão recebe o nome de Gentil Alves Filho, em homenagem ao professor da Unicamp fundador do CIN e responsável pelo primeiro transplante de rim na Universidade. A história de Gentil é relembrada por Jose Butori Lopes de Faria, chefe da Área de Nefrologia e da Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. “[Ele] foi uma das pessoas que começaram isso aqui e comentava que quando chegou na Unicamp, na época o Hospital das Clínicas não existia, funcionava na Santa Casa,ele recebeu um pequeno banheiro para ser reformado e ser instalada a hemodiálise. Então a gente começou de um pequeno banheiro para tudo que tem hoje”.
Caius Lucilius com Trícia Thomé – Assessoria de Imprensa HC