O governo de São Paulo anunciou, na última quinta-feira (4/8), o plano de enfrentamento à varíola dos macacos, causada pelo vírus Monkeypox. O plano inclui a criação de um centro de controle e de uma rede integrada por 93 hospitais para o diagnóstico laboratorial e atendimento a pacientes graves com a doença. O HC da Unicamp é um dos hospitais credenciados.
A rede, que recebeu o nome Emílio Ribas de Combate à “Monkeypox” terá a coordenação integrada das Secretarias de Estado da Saúde e a pasta de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
De acordo com o governo paulista, os hospitais definidos – incluindo maternidades – serão referência no apoio aos casos mais graves com necessidade de internação de pacientes e leitos de isolamento ou Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
“O objetivo central é somar esforços e integrar as instituições e centros de excelência para promover ações estratégicas de prevenção e cuidado, levando em consideração o aprendizado diante dos últimos enfrentamentos de endemias e pandemias. O estado de São Paulo está preparado para responder de maneira ágil a esse novo desafio”, disse David Uip, Secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
SOBRE A DOENÇA – A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus.
Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central. O Monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a Monkeypox é endêmica.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais.
Os casos recentemente detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai.
Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões. A Organização Mundial da Saúde emitiu alerta sobre casos da doença em países não endêmicos como o Brasil.
Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC com assessorias SES e MS