Contadores de história voltam à pediatria do HC da Unicamp


Com seus jalecos amarelos e equipados com livros, fantoches, papel e lápis de cor, os voluntários da Associação Griots – Os Contadores de História visitam os leitos dos hospitais e casas de apoio a idosos interagindo com os pacientes por meio da contação de histórias, sempre leves, alegres e motivadoras, favorecendo a humanização do ambiente hospitalar.

A Associação Griots é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 2003 na cidade de Campinas, SP. As primeiras atividades do Griots foram no setor de pediatria do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

Ao longo dos anos, a ação se estendeu para 13 hospitais e quatro casas de idosos de oito cidades no total: Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Mogi Guaçu, Sumaré e recentemente em Jundiaí. Com a chegada da pandemia, as visitas presenciais dos voluntários não puderam acontecer presencialmente, e o grupo encontrou nas redes sociais uma forma de seguir com o trabalho.

Este ano, porém, as visitas presenciais já voltaram ao HC da Unicamp.

“Ainda não podemos entrar nos leitos, então a contação está sendo feita no pátio da pediatria. Cada criança tem uma reação, todas positivas: uns com olhos arregalados de surpresa, outros com um sorriso, outros acenando. Só de poder voltar ao HC da Unicamp já é uma alegria, e somos muito gratos aos profissionais que nos receberam com muitos sorrisos”, explica Merli Zanetti Ciurria, professora do nível fundamental que atua há 9 anos como Griots.

A arte da contação de histórias ajuda a reviver, compreender e elaborar melhor as próprias vivências e sentimentos. Somando a ela a prática da leitura, os voluntários buscam levar aos pacientes um pouco de conforto, descontração e alegria, gerando alívio, sensação de acolhimento e, principalmente, despertando a esperança através do universo lúdico dos livros.

“Às vezes, enquanto as enfermeiras fazem os procedimentos necessários, somos chamadas para socorrer com histórias. A criança passa a se preocupar com a história e esquece o procedimento. É surreal. Outras vezes, até os acompanhantes também entram nas histórias. Só  vivendo isso pra entender, é  realmente um mundo mágico”, diz Merli, ao relembrar de alguns casos vividos no HC da Unicamp.

O nome Griots

Os Griots eram contadores de histórias africanos, que, viajando de aldeia em aldeia, tiveram um importante papel na evolução e manutenção da cultura e tradição de todo o continente, justamente por meio de sua palavra, pois sua existência precede a escrita.  Contar histórias, portanto, é uma prática milenar, que sempre acompanhou a humanidade, e que traz consigo muitos outros benefícios já reconhecidos.

Além de Merli, participam do Griots, Sonia Barbosa, corretora de imóveis; Maria Elisabete F. Dias, tradutora; Ieda Mansur, professora de música e escritora de histórias infantis; Nilda Maria dos S. Monteiro, cuidadora de abrigo para crianças, Bruna L. Lopes, atriz, diretora teatral e professora de yoga e Carolina M. Temístocles Ribeiro, antropóloga.

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Texto: Edimilson Montalti com A2N Comunicação
Fotografia: A2N Comunicação e Merli Zanetti Ciurria