O Hospital de Clínicas da Unicamp será o primeiro na região a dispor da última geração em sistemas de vídeo cirurgia, para o uso em procedimentos minimamente invasivos, com a geração e visualização de imagens endoscópicas em resolução full HD. É um grande salto tecnológico para o desempenho cirúrgico de várias especialidades, segurança do paciente e otimização de tempo em salas cirúrgicas.
O investimento foi de R$ 1.250.000,00 para a compra de quatro equipamentos da marca Stryker, incorporados ao hospital através de um convênio com o Ministério da Saúde e recursos assegurados com emenda parlamentar disponibilizada pelo ex-senador Eduardo Suplicy. Outros cinco equipamentos acabam de ser comprados com emenda parlamentar do deputado federal Paulo Freire. A entrega é prevista para abril de 2017.
Para o cirurgião e professor da disciplina de urologia, Ubirajara Ferreira, uma das vantagens oferecidas pelos novos sistemas é a capacidade de aumentar o campo de visão com riqueza de detalhes nos processos cirúrgicos. Cada equipamento é composto por uma câmera com processador de imagens full HD, uma fonte de luz de LED, um monitor grau médico de 26 polegadas full HD, um insuflador de CO² de até 45 litros e um sistema de gravação e edição de imagens full HD. “O sistema de insuflação do aparelho é perfeito, pois possui todas as medidas precisas das pressões e o escape do gás carbônico é muito pequeno”, explica Ferreira.
Outro destaque dos novos sistemas de vídeo cirurgia é a interface com TI. Ao iniciar um procedimento cirúrgico, o equipamento realiza o envio automático de imagens e dados para a rede do hospital, para o sistema PACS e também equipamentos de impressão, compatível com o formato DICOM. É adaptado ao sistema de sala cirúrgica integrada, podendo ser controlado remotamente por controle central touch screen e comando de voz. Os equipamentos atendem a todas especialidades médicas, e serão utilizados nas áreas de cirurgia Geral, Pediátrica, Plástica, Torácica, de Cabeça e Pescoço, do Trauma, Gastroenterologia, Pneumologia, Neurologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Ortopedia e Traumatologia.
Para o Coordenador de Administração do HC, professor José Roberto Matos Souza este investimento na modernização do parque tecnológico do hospital é um dos pilares da gestão, que neste dois anos, aportou cerca de R$ 8 milhões em novos equipamentos para a instituição. “São recursos extra-orçamentários através de emendas do orçamento da União que estão elevando ainda mais, os padrões de qualidade assistencial deste hospital, não deixando de pensar no ensino e treinamento de nossos alunos, médicos e profissionais de enfermagem”, salienta Matos Souza.
Ainda sobre os equipamentos seu sistema de câmera com processador de imagens full HD possui interligação e interface com sistema de gravação e edição, o que permite capturar imagens, iniciar e parar gravações de vídeo. “Isso facilita a operação, não sendo necessário uma segunda pessoa para operar o sistema de gravação, colocando o controle do sistema nas mãos do cirurgião”, afirma Engenheiro Clínico Gustavo El Khalili.
Toda a captura de imagens é feita através de três chips, com alta imunidade a ruídos, zoom óptico e digital, que garantem uma imagem clara e brilhante, mesmo em níveis baixos de luz. A tecnologia disponível permite ao profissional realizar os controles por teclado ou tela touch screen, possibilitando o comando das principais funções do sistema para os enfermeiros, e programação personalizada para os cirurgiões.
Os sistemas são equipados com tecnologia de iluminação a LED e controle digital de luminosidade, passíveis de comunicação com os outros equipamentos cirúrgicos, tal como a câmera de vídeo, permitindo a comunicação e controle com o sistema de sala inteligente. “O diferencial desta fonte de luz é a tecnologia a LED, que permite um tempo de vida útil da lâmpada de cerca de 50.000 horas, economia de energia e redução do risco de superaquecimento. O equipamento tem um excelente custo benefício, pois não é necessária a substituição de lâmpadas xenon, que possuem um alto custo, ao contrário das fontes de luz convencionais”, explica o Engenheiro Clínico.
O monitor de vídeo de alta resolução com 26 polegadas de área visível em diagonal, retro iluminado em LED, possui capa de proteção em policarbonato para reduzir o risco de danos acidentais no painel e alças embutidas em ambos lados da tela, para auxiliar no posicionamento durante os procedimentos. Tem um revestimento anti-reflexo bilateral na camada protetora, para reduzir o brilho frequentemente observado no centro cirúrgico. O visor também é equipado com tiras integradas e uma tampa de vedação traseira, para manter a conectividade e proteger os cabos de interligação de danos durante a limpeza e movimentação. “Sendo 30% mais fino que os monitores de 26″ do mercado, e com melhor tecnologia embarcada”, exemplifica El Khalili.
Totalmente eletrônico, o insuflador de CO² possui ajuste digital de fluxo de 45 litros, atendendo desde pacientes neonatais até a obesos mórbidos. Dispõe de uma tela sensível ao toque, para navegação mais rápida e fácil e monitorização de volume e pressão da garrafa de CO². Tem alarmes e válvulas de segurança, que atuam em situações de sobre pressão, pressão negativa e falta de gás no cilindro, além de alarme de contaminação. Permite a comunicação e o controle com sistema de sala inteligente.
O sistema de gravação e edição de imagens full HD tem a capacidade de capturar, armazenar e direcionar imagens e vídeos cirúrgicos de alta definição. Possibilita a gravação de fotos e vídeos em disco rígido interno de 1T, mídias tipo CD e DVD, periféricos ligados a uma saída USB ou envio de arquivos para plataformas iOS. Também possui capacidade opcional de controlar remotamente as funções dos dispositivos da sala cirúrgica: focos, câmera do foco, insuflador, fonte de luz, câmera de vídeo entre outros.
Além dos equipamentos principais que compõem o sistema, cada conjunto está acompanhado de nobreak, para garantir o funcionamento do sistema por pelo menos dez minutos no caso de falta de energia e armário com rodízios, para acondicionamento dos equipamentos. Também estão acompanhados de uma gama de instrumentais cirúrgicos, que incluem três óticas rígidas de 30º, agulha de veress, cânula endoscópica, tesoura eletrocirúrgica, pinças endoscópicas, aplicador de clip, eletrodos, duas hastes internas para tesoura endoscópica, cabos de fibra óptica, cestos para acondicionamento configurado para esterilização da ótica rígida, caixas para acondicionamento e esterilização em autoclave dos instrumentais solicitados, cabos monopolares e bipolares de alta freqüência, além de demais acessórios necessários para garantir o perfeito funcionamento do sistema e utilização dos instrumentais.
Vantagens para a assistência e o ensino
Segundo Ubirajara Ferreira, para uma cirurgia ser bem sucedida, é primordial que o médico tenha uma visão muito boa do que está fazendo. “A laparoscopia é uma cirurgia realizada através de aparelhos introduzidos dentro do paciente, seja por via abdominal, torácica, nasal, enfim, são várias as áreas utilizadas. Nesses casos, é fundamental uma visão perfeita da cirurgia, pois tudo está sendo visto através de um monitor. Então se existir uma visibilidade bastante clara, é possível ter atenção aos detalhes”, assegura.
A tecnologia avançada dos aparelhos permite transmitir as imagens para uma sala inteligente, onde as pessoas podem aprender através da cirurgia. “Existe uma integração entre a sala de cirurgia e a sala inteligente. Isso é bom para a assistência e para o ensino, pois melhora a qualidade da cirurgia, e possibilita aos alunos e residentes assistirem ao procedimento sem estarem presentes no centro cirúrgico”, afirma Ferreira.
“Podemos afirmar que o HC com esses sistemas não deve nada aos hospitais de primeiro padrão no Brasil. Esse avanço para cirurgias laparoscópicas, era fundamental. Já temos profissionais com expertise em todas as áreas para praticar esse tipo de cirurgia, e agora a ferramenta para fazer ainda mais diferença”, conclui o urologista.
“A qualidade do novo sistema de vídeo é indiscutível e as condições técnicas para os cirurgiões melhoraram bastante, uma vez que a um imenso salto tecnológico, se compararmos com os sistemas antigos. Os mais beneficiados são os pacientes do SUS que agora serão operados com os mesmos equipamentos dos hospitais de primeiro mundo”, conclui Gustavo El Khalili.
Caius Lucilius com Isabela Mancini – Assessoria de Imprensa HC