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A equipe do Centro de Controle de Intoxicações (CCI) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) identificou novas drogas sintéticas consumidas por jovens em festas de Campinas e região. As mais novas drogas são o fentanil – substância que causou a morte do cantor Prince – e a butilona – uma catinona sintética. O fentanil é uma substância cerca de 50 vezes mais potente que a morfina. As catinonas sintéticas podem causar intoxicações tão graves quanto as causadas pela cocaína ou metanfetamina.

“No mês de agosto, em uma única semana, atendemos a seis casos de intoxicação de jovens por drogas sintéticas, sendo um deles fatal. Identificamos até quatro drogas num único exame laboratorial. Os jovens correm um risco muito grande ao consumir essas novas substâncias psicoativas. Não existem estudos do que essas substâncias provocam no organismo. Muitas vezes, a interação delas tem um efeito letal”, alerta Rafael Lanaro, toxicologista do Laboratório de Toxicologia Analítica (LTA) do CCI.

O CCI atendeu um paciente de 25 anos de idade que estava em uma festa em Campinas e foi levado, inconsciente, para atendimento na Unidade de Emergência Referenciada (UER) Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Amigos relataram que viram o colega consumindo selos de LSD e álcool. Exames toxicológicos indicaram a presença de fentanil e THC.

Além desse paciente, o CCI também acompanhou o caso de um jovem de 23 anos, procedente de Santa Bárbara e transferido para uma UTI em Americana, que foi admitido em parada cardiorrespiratória, com histórico de ter consumido selos de LSD, comprimidos de ecstasy (MDMA) e álcool. A triagem toxicológica mostrou a presença também de fentanil.

De acordo com o farmacêutico bioquímico e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, José Luiz da Costa, o fentanil, antes de ser utilizado como droga de abuso, é um fármaco da classe dos opióides usado em procedimentos médicos, como por exemplo na entubação orotraqueal de pacientes.

“Diante dessa situação, sugerimos aos colegas de todos os Serviços de Emergência da região, incluindo as UPA e o SAMU, que fiquem atentos para situações similares, devendo ser realizado o uso de naloxona como antídoto nos pacientes com achados clínicos sugestivos de intoxicação opióide, com antecedente de abuso de substâncias químicas, como selos popularmente denominados de LSD”, revelou José Luiz que também faz parte da equipe do CCI.

Edmilson Montalti – Assessoria de Imprensa FCM

Ouça a reportagem em:

CBN Campinas

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