A superintendência do Hospital de Clínicas da UNICAMP realizou nesta segunda-feira (19/02), uma solenidade em homenagem ao ex-superintendente (2014-2018) João Batista de Miranda, que se despede da Universidade após 40 anos de carreira na disciplina de ortopedia. O evento ocorreu no saguão da superintendência e estiveram presentes à sessão de homenagem ex-superintendentes, ex-diretores da FCM, docentes, alunos, servidores e amigos. A trajetória médica profissional, a larga experiência de gestão e a defesa incondicional do hospital em melhorias estruturais e assistenciais foram ressaltados nas manifestações.
A cerimônia foi aberta pela superintendente Elaine Cristina de Ataíde. Ela comentou que o momento é de render todas as merecidas homenagens ao professor Miranda. “O professor Miranda não mediu esforços para me ajudar ainda quando coordenadora de Assistência, vindo semanalmente à COAS. Porém, muitos antes, já o conhecia por seu apoio aos transplantes e pelas características de ser justo, respeitoso e cativante com alunos, colegas, funcionários e pacientes”, comentou Ataíde.
Elaine Ataide encerrou seu discurso destacando, que “por diversas vezes lembro do professor Miranda andando pelo hospital e parando para observar cada detalhe, seja da estrutura, de alguma sujeira ou de objetos em locais impróprios. Isso me marcou e foi um exemplo para mim de alguns dos passos que um superintendente deve incorporar durante suas atividades. Um exemplo de seriedade”, concluiu Elaine que ainda realizou a entrega de uma placa.
A professora Terezinha Tressoldi destacou o sentimento de ambiguidade da aposentadoria, dividido entre a alegria e a tristeza no momento da despedida de colegas e amigos. “Um professor reconhecido, um grande cirurgião com uma forte capacidade de liderança, de gestão e de ideias de inovação”. Ela lembrou que ainda interna da faculdade na Santa Casa, “Miranda era um dos poucos que se doava mais que o necessário aos alunos. Uma pessoa diferente, batalhador, dedicado e só quem conhece, sabe a sensibilidade escondida atrás da fama de bravo. Só tenho agradecer todos esses anos de convivência”, enfatizou.
José Roberto Mattos Souza, docente da cardiologia e ex-coordenador de Administração durante a gestão 2014-2018, não poupou palavras de elogios. “Um amigo que tive por todo o tempo, não apenas durante sua gestão. Tive a honra vivenciar esse ciclo de momentos bons e ruins, mas repleto da merecida sensação de missão cumprida que teve a marca do Miranda na história desse hospital”, constatou Mattos Souza.
Para o chefe do Departamento de Clínica Médica da FCM, professor Luis Cláudio Martins, que também atuou junto com Miranda na gestão do professor Manoel Bértolo, o que mais lhe chamava atenção era sua acessibilidade e a preocupação que ele tinha em aplicar seu talento no trato das questões assistenciais e institucionais. “Miranda é uma pessoa que viveu a instituição em sua intensidade 24 horas, sete dias, como missão que escolheu. Sempre saíamos com uma solução após uma reunião”, recorda Martins. Além disso, diz, como aluno aprendi muito com o professor Miranda a “arte” do examinar um paciente.
Luis Carlos Zeferino, superintendente de 2006-2010, foi o responsável pelo convite ao professor Miranda, para chefiar a coordenadoria de Administração (COAD) em sua gestão, substituindo o professor Djalma de Carvalho Moreira Filho. “Miranda sempre foi um profissional presente nas pequenas e grandes decisões, em que teve a capacidade de refletir com profundidade sobre nosso hospital. Só tenho a agradecer por ter feito parte da minha equipe”, apontou Zeferino.
Após rememorar diversos momentos da carreira do amigo e ex-superintendente – desde a formação em 1974, sua atuação como reumatologista, depois ortopedista até as suas incursões na gestão do hospital -, Manuel Barros Bértolo, superintendente de 2010-2014, destacou o período de maior modernização do parque tecnológico do HC desde a inauguração em 1985 sob a gestão de Miranda.
“Estivemos juntos na gestão por sete anos, em Brasília e São Paulo, e depois ele continuou como superintendente, sempre com a plena consciência do seu papel e de suas decisões pelo compromisso com a melhoria do hospital. Sua contribuição permanecerá na história do HC da Unicamp servindo de exemplo para os seus colegas de hoje e das futuras gerações”, destacou Bertolo.
Encerrando a cerimônia, o professor Miranda disse que todas as homenagens o tocaram bastante. “Sei que um novo ciclo está prestes a se iniciar em minha vida e não poderia deixar de renovar agora, com muito carinho, o meu reconhecimento a todos vocês que fizeram parte dessa história. Tenho plena consciência de missão cumprida como médico e como gestor desse hospital, que me acolheu por todos esses anos e me dá imenso orgulho e satisfação”.
Miranda reconheceu que nesses anos junto à superintendência vivenciou muitos momentos marcantes com debates e reuniões que na maioria das vezes se alongavam. “Mas o convívio agradável e as vezes tenso, que habitualmente aconteciam, hoje refletem uma enorme sensação de saudade do dia a dia, sempre agradável com todos vocês, especialmente marcado por essa bela celebração que recebi hoje”, encerrou Miranda emocionado.
Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC