​Diabetes foi tema do Dia Mundial da Saúde


Equipes multidisciplinares do HC da Unicamp realizaram neste Dia Mundial da Saúde (07-04), um workshop para profissionais e uma campanha de conscientização para pacientes e visitantes sobre o diabetes na entrada do hospital. O tema deste ano foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde devido ao aumento da doença, que quadruplicou nos últimos 35 anos, passando de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014.

O coordenador de Assistência, professor Antonio Gonçalves de Oliveira Filho presidiu a abertura do evento, organizado pelo Departamento de Enfermagem do HC, Divisão de Nutrição e Dietética, Faculdade de Enfermagem, Divisão de Enfermagem do CAISM, Gastrocentro, CECOM e Hemocentro. 

O especialista em Endocrinologia e palestrante do evento, Walter Minicucci, explica que o aumento expressivo do diabetes em países de baixa e média renda, tem como principal explicação a mudança de hábito da população. “Segundo todos os órgãos de controle de saúde no mundo, inclusive a OMS, as grandes causas desse aumento são as alterações de estilo de vida como dieta pobre e falta de atividade física”, ressalta Minicucci. O HC atende cerca de 600 pacientes por mês nos ambulatórios de pé diabético e dos tipos I e II da doença.
 
Para Walter Minicucci, que também é presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), os principais objetivos da campanha de 2016 serão ampliar a prevenção, fortalecer a atenção e reforçar a vigilância em relação à doença. ” Entre as mudanças que propomos estão sair da inatividade física, começar a andar ou subir escadas sem o uso do elevador. Ações simples com resultados importantes”.
 
A diabetes é causada pela falta ou falha de produção, no pâncreas, da quantidade suficiente de insulina que o corpo precisa. Isso causa o aumento dos níveis de açúcar ou de glicose no sangue. Trata-se de uma doença silenciosa, na maioria dos casos. “A causa da doença pode ser multifatorial e com medidas simples como o controle dos níveis de açúcar no sangue é possível controlar as complicações potencialmente fatais da diabetes”, explica Walter Minicucci.
 
O especialista ainda explica que é possível que o paciente possa ser diagnosticado com um pré-diabetes, termo utilizado quando os níveis de glicose no sangue aumentam, porém, são insuficientes para diagnosticar a doença. “O pré-diabetes ocorre naqueles pacientes que começam a sair dos valores normais de glicose. Quando o paciente é diagnosticado com o pré-diabetes, é necessário perder peso, realizando uma dieta adequada e atividades físicas de rotina, assim evitando a doença”.
 
De acordo com a OMS a diabetes é a oitava maior causa de morte no mundo – são 1,5 milhão de mortes por ano. Mas outras 2,2 milhões de mortes são relacionadas a altos níveis de açúcar no sangue. E 43% dessas mortes ocorreram antes dos 70 anos. A OMS informa que 422 milhões de adultos tinham diabetes em 2014. O Brasil está em 4º lugar na lista dos 10 países com os maiores índices da doença, com mais de 13 milhões de casos.
 
Tipos
Diabetes tipo I – o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina. Não se sabe exatamente quais as causas da doença no tipo 1.
 
Diabetes tipo II – corresponde a 90% dos casos. O pâncreas produz insulina, mas sua ação é prejudicada principalmente pela obesidade, quando as células são resistentes à ação da insulina. Acomete pessoas depois dos 40 anos de idade. Sedentarismo e obesidade são a principal causa da doença no tipo 2.
 
Diabetes gestacional – ocorre quando a taxa de glicose no sangue fica elevada durante a gravidez. Embora normalmente a glicose no sangue volte aos padrões normais após o parto, mulheres que apresentam diabetes gestacional têm maior risco de desenvolverem diabetes tipo 2.

Caius Lucilius com Isabela Mancini – Assessoria de Imprensa HC