Novo aparelho de radioterapia vai dobrar capacidade de atendimento a pacientes com câncer no HC


Um dos mais modernos aparelhos de radioterapia do mundo acaba de entrar em operação no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Usado para o tratamento de pacientes oncológicos, o acelerador linear VitalBeam, da empresa Varian Medical Systems, vai dobrar a capacidade de atendimento do hospital pois deve encurtar de forma significativa o tempo total de tratamento. Importado dos Estados Unidos, o aparelho custou R$ 5,4 milhões, valor coberto por uma emenda parlamentar do orçamento da União indicada pelo deputado federal Paulo Freire (PL).

O equipamento será usado em procedimentos radioterápicos nos casos de câncer de próstata, pulmão, esôfago, estômago, pele, reto e cabeça-pescoço, linfomas, doenças hematológicas, doenças do sistema nervoso central e do cérebro e tumores malignos raros. Trata-se do maior equipamento já adquirido pelo hospital desde a sua inauguração, em 1985.

De acordo com o diretor técnico do setor de radioterapia do HC, Eduardo Baldon, o acelerador possui avançados recursos de radioterapia e de radiocirurgia guiadas por imagem. Entre os diferenciais tecnológicos, está a alta precisão para atingir o tumor com doses maiores de radiação, tornando o tratamento mais rápido e com menores efeitos colaterais em órgãos sadios. Além disso, diz ele, o equipamento permite localizar o tumor com mais precisão, em imagens de alta resolução.

Segundo Baldon, o aumento na capacidade de atendimento resulta da diminuição, por conta do recém-chegado aparelho, no tempo total de tratamento. “Um tumor de próstata, por exemplo, que tratamos em 38 dias úteis, nós passaremos a tratar em 20 dias úteis”, diz ele. “Atendemos entre 58 e 62 pacientes por dia, mas, com a entrada em operação desse novo equipamento, esse desempenho vai no mínimo dobrar.”

Recursos

Para instalar o novo equipamento foi necessário a demolição do antigo bunker, com paredes de concreto de alta densidade com mais de 1,5 m de espessura e que abrigava um aparelho de cobaltoterapia (cobalto-60), que teve a vida útil da pastilha radioativa finalizada. Os custos das obras foram de R$ 1.500.565,85 viabilizados pela reitoria da Unicamp.

A superintendente do HC da Unicamp, Elaine Cristina de Ataíde, destacou a resiliência de todos que ajudaram o hospital a adquirir e instalar o novo acelerador linear e, particularmente, o deputado federal Paulo Freire. Elaine ressaltou que muitos pacientes da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aguardam vaga para o início do tratamento no HC da Unicamp.

“Esse novo equipamento irá auxiliar a zerar a fila de atendimento de pacientes que necessitam de radioterapia em nosso hospital para o tratamento do câncer. Pode ter certeza, deputado Paulo Freire, que faremos com que a entrega e o uso desse acelerador linear chegue ao maior número de pacientes de nossa região”, disse Elaine durante a cerimônia de inauguração.

Melhoria da rede de assistência

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destacou o ganho de performance a ser proporcionado pelo novo aparelho e a contribuição do sistema de emendas parlamentares para a melhoria da rede de assistência pública de saúde.

“Primeiro, trata-se de um equipamento de última geração, que melhora o tratamento oncológico porque foca mais o tumor e causa menos prejuízo aos demais órgãos próximos ao tumor. Além disso, trata-se de uma terapia que pode ser realizada em um número menor de sessões, o que significa um aumento significativo no nosso potencial de atendimento”, disse o reitor.

“Outra coisa importante: o nosso HC tem a oportunidade de oferecer, na rede pública, um padrão de qualidade que se encontra apenas em certas instalações da medicina privada”, ponderou. “Por isso, queremos agradecer ao deputado Paulo Freire por ter destinado a nós essa emenda. É importante a gente reconhecer o papel das emendas parlamentares de uma maneira geral, sejam as de deputados estaduais, sejam as de deputados federais.”

Freire lembrou que já destinou cerca de R$ 60 milhões em emendas à Unicamp ao longo dos seus quatro mandatos e garantiu que pretende continuar a fazê-lo enquanto estiver na Câmara dos Deputados. “Nós percebemos, desde o início das conversas em Brasília, a importância desse aparelho e do quanto ele pode ser relevante para o atendimento público”, disse. “E vamos continuar com essa parceria, porque precisamos pensar nas vidas que podem ser afetadas por medidas como essa.”

A coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, afirmou que, segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer, 604 mil casos da doença serão registrados no Brasil no período de 2023 a 2025. “E, desses, entre 50% e 60% vão precisar de radioterapia”, lembrou a professora. “Daí a importância desse novo equipamento.”


Matéria originalmente publicada por Tote Nunes no Portal da Unicamp
Edição de texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp e Caius Lucilius
Fotografia: Antoninho Perri (SEC Unicamp) e Edimilson Montalti (HC Unicamp)