HC recebe o Prêmio Amigo do Transplante


Setembro é o mês de conscientização sobre doação de órgãos

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp recebeu na terça-feira (3/9) o Prêmio Amigo do Transplante 2024. A premiação ocorreu durante o III Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes do Estado de São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, e faz parte das comemorações do Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos.

“Esse prêmio é o reconhecimento daquilo que o hospital já vem fazendo há muitos anos e muito nos orgulha: ser um hospital de referência em transplante para a região de Campinas e para o Estado de São Paulo. Isso se deve há uma equipe multidisciplinar capacitada, engajada e atualizada que atua nas várias etapas que envolvem desde a captação até o transplante de um órgão”, comenta Elaine de Ataíde, superintendente do HC da Unicamp e, também, cirurgiã transplantadora do hospital.

Desde 1984, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2023, o HC da Unicamp realizou 9.529 transplantes de córnea, coração, fígado e medula óssea e, em 2024, alcançou a marca de 3.500 transplantes de rins.

Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extracorpórea: de 4 a 6 horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 8 a 16 horas e os rins podem levar até 48 horas para ser transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp é responsável por dar cobertura a 127 cidades da região, para notificação de potencial doador e captação de órgãos. Nos últimos seis anos, a OPO Unicamp realizou 2.210 notificações de potenciais doações e 729 delas foram efetivamente doadores de múltiplos órgãos.

“Doar é um ato de bondade. Um único doador pode salvar a vida de várias pessoas, pois é possível doar mais de um órgão e também tecidos”, diz Luiz Antônio da Costa Sardinha, médico neurologista e coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e Tecidos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

Podcast Ressonância

Luiz Antônio da Costa Sardinha é o entrevistado do podcast Ressonância. Sardinha esclarece e tira dúvidas sobre como é feita a doação, a retirada dos órgãos e a convocação de quem aguarda por um transplante.

“Atualmente, a doação de órgãos deve ser consentida. Portanto, não vigora mais a lei que só considerava efetivamente doadores aqueles que tivessem no RG ou na Carteira Nacional de Habilitação a inscrição de Doador de Órgãos e Tecidos. Hoje, quem autoriza a doação são os familiares com até o segundo grau de parentesco”, explica Sardinha.

Ressonância é um podcast em parceria do HC da Unicamp com a SEC Rádio e TV Unicamp. O podcast aborda assuntos de saúde de interesse geral da população, campanhas e entrevistas com especialistas do hospital. A edição desse mês está disponível no YouTube e plataformas de streaming como Spotify, Deezer e outros. Ouça também as demais entrevistas na playlist do HC da Unicamp.

CIHDOTT

O Estado de São Paulo tem 165 Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) e dez Organizações de Procura de Órgãos (OPO) que trabalham de maneira cooperativa no processo de doação de órgãos. As CIHDOTTs realizam a busca ativa do potencial doador, o auxílio na viabilização do diagnóstico de morte encefálica, a notificação à Central de transplantes de todos os casos de morte encefálica, o acolhimento familiar, a entrevista familiar, a manutenção clínica do potencial doador, a organização da atividade de extração dos órgãos e tecidos e a devolução do corpo a família.

De janeiro a novembro de 2023, a Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo registrou mais de 7,2 mil transplantes. Os dados mostram um aumento de 7% em relação aos transplantes feitos no mesmo período de 2022 e o maior número registrado nos últimos seis anos. Os transplantes de córnea e rim foram os que mais ocorreram. O número de recusas familiares à doação de órgãos caiu 6,5% comparado ao ano passado e o número de doadores foi o maior dos últimos três anos.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação – HC Unicamp
Fotografia: OPO HC Unicamp