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A Unicamp e PUC-Campinas promoveram nos dias 27 e 28 de março, o II Encontro de Ex-residentes em Reumatologia para discutir avanços em diagnósticos e tratamentos de doenças reumáticas. O evento, que aconteceu no Quality Resort & Convention Center, em Itupeva, reuniu cerca de 100 médicos formados pelas duas universidades e que atuam em todo país.

Durante o evento científico foram apresentados estudos e pesquisas sobre medicamentos de última geração para várias doenças reumáticas como artrite reumatoide, lúpus, espondiloartrites, osteoartrite, osteoporose, gota, reumatismo de partes moles e segurança no uso dos biológicos.

A qualidade de vida para pacientes com doenças reumatológicas tem melhorado significativamente com novas abordagens clínicas e com as novas drogas, entre elas os agentes biológicos que atuam em nível celular e ajudam na superação da limitação das atividades rotineiras como se vestir ou tomar banho, já que atuam na ação contra o processo inflamatório.

“As novas técnicas para o diagnóstico e tratamento são tendências cada vez mais próximas da realidade dos hospitais brasileiros e a atualização científica e a troca de experiências durante o evento são fundamentais para alcançarmos esse patamar”, explica um dos coordenadores do evento, o professor Manoel Barros Bertolo, da FCM-Unicamp, que ministrou a aula sobre artrite reumatoide.

Para o professor Rubens Bonfiglioli da PUC-Campinas, também na coordenação do evento, muitas dessas doenças são de evolução crônica e necessitam tratamento prolongado, mas a evolução e o prognóstico são muito variáveis, de doença para doença e de paciente para paciente, assim ao contrário do que se diz popularmente não é uma “doença de velho”, mas sim pode também acontecer em qualquer idade, inclusive em crianças recém-nascidas.

“O diagnóstico correto e o tratamento adequado são fundamentais e no caso do registro brasileiro de espondiloartrites, que é de 2009, pode estar havendo uma subnotificação desses problemas, em especial nas mulheres”, alertou Bonfiglioli, que adiantou “O registro está em fase de atualização e deve ser concluído em breve”. Nos EUA as espondiloartrites já representam o dobro das doenças de artrite reumatoide.

Para o presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia, Dawton Yukito Torigoe, o evento foi de alto nível e demonstra a importância dessas escolas na reumatologia brasileira. “A atualização científica e a troca de experiências no tratamento de doenças reumatológicas consolida o evento no calendário nacional da reumatologia com destaque para jovens médicos interessados e dedicados a pesquisas e investigações clínicas”, afirma.

Entre os temas do evento, lúpus (LSE) e hipertensão arterial pulmonar (HAP), ministrado por Ana Paula Del Rio, da Unicamp. Ela destacou os cuidados redobrados já que o HAP é uma importante causa de morte em pacientes com lúpus, chegando a 50% em grávidas. Nesses casos, diz, o tratamento com hidroxicloroquina deve ser mantido na gestação. Já Estephania Naseri, aluna de pós graduação da FCM, enfatizou os cuidados com medicações durante a gestação e citou por exemplo, o risco dos biológicos atravessarem a barreira plascentária, e por isso devem ser interrompidos. Em pacientes com LSE o risco de pré eclampsia é de 3 a 5 vezes maior.

Outro destaque citado no evento foi o estudo de nutrigenômica inédito com 1120 pacientes, denominado “Combined glucosamine and chondroitin sulfate, once or three times daily, provides clinically relevant analgesia in knee osteoarthritis”, publicado ano passado, na revista Clinical Rheumatology, pelo professor José Provenza da PUCC. Ainda sobre osteoartrite, o professor Ibsen Coimbra da Unicamp, ressaltou a característica da doença ser multiprofissional e heterogenica com diferentes características geográficas que complicam ainda mais, o consenso para a doença.

O reumatologista e fisiatra Eduardo Magalhães, do HC da Unicamp, salientou em sua aula a necessidade das atividades físicas em todas as idades das mulheres – da criança a terceira idade – para prevenção de osteoporose. No caso das mulheres com menopausa, estudos indicam que cada vez mais o aumento da massa óssea é eficaz quando associado às atividades de velocidade/stteping.

A disciplina de Reumatologia da Unicamp possui quatro médicos residentes todos os anos e a PUC-Campinas conta com dois médicos residentes. O II Encontro de Ex-residentes em Reumatologia contou com apoio institucional Sociedade Paulista de Reumatologia e das empresas Abbvie, Pfizer, Roche, Bristol-Myers Squibb, GlaxoSmithKline, Janssen, Lilly e UCB.

Caius Lucilius
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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