Em comemoração ao Dia Mundial da Água – celebrado em 22 de março – o Hospital de Clínicas oficializou o Grupo de Trabalho (GT-Água) para enfrentar a crise hídrica, alinhado com o Plano de Contingência da Universidade, que tem à frente a Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU). O GT Água do HC já vinha estabelecendo ações desde o final de 2014, sob a orientação da superintendência do hospital. Várias linhas de ações estão sendo programadas para promover o uso racional no âmbito da instituição, que consome por mês, cerca de 9,2 milhões de litros (9000 m³).
Segundo o coordenador de Administração do HC, professor José Roberto Matos-Souza, a meta é reduzir no mínimo 15% o consumo de água nos próximos meses. Entre as medidas do plano de ações para economia de água estão a ampliação da substituição das torneiras por unidades temporizadas que funcionam com toque, principalmente, em ambulatórios e enfermarias; a captação de água de ar-condicionados; a captação de água de chuvas e a substituição de torneiras no centro cirúrgico por torneiras eletrônicas com sensores de presença.
Além dessas medidas, diz, o hospital já conseguiu ano passado uma redução de 25 mil litros de água por mês, devido a modernização de uma bomba de vácuo, que era antiga, e foi substituída por uma mais moderna, que consome menos água. Também estão em estudos o banho a seco em pacientes das UTIs e assepsia das mão dos profissionais de saúde com produtos químicos em vez de água.
“Também estaremos realizando palestras internas de conscientização para colaboradores de todas as áreas do hospital a fim de evitar o desperdício”, detalha Matos-Souza. O reservatório de água originária da rede pública do Hospital de Clínicas, tem uma capacidade de 1,4 milhão de litros e um média de consumo diário de 301 mil litros, o maior entre os hospitais de Campinas.
O armazenamento do HC é suficiente para quatro dias de atendimento em caso de interrupção total no fornecimento. A água, porém, é 100% proveniente da Sociedade de Abastecimento de Água e Esgoto (Sanasa).
De acordo com o diretor da Divisão de Engenharia e Manutenção do HC, engenheiro Sérgio Lacerda, estudos preliminares realizados em apenas uma unidade de ar condicionado (UTI), demonstraram uma evaporação de cerca de 28 mil litros de água/dia (2 litros/minuto), o que representa cerca de 30% do consumo da instituição. “Essa deverá ser a medida mais rápida de ser implantada, que prevê inclusive, uma reservação de 150 mil litros para água de reuso, de ar condicionado e chuva”, destaca.
O engenheiro esclarece que os números ainda precisam ser refinados. O projeto prevê, inicialmente o abastecimento com água de reuso todos os vasos sanitários e torneiras de serviço das enfermarias do 6º, 5º e 4º andares, dos prédios das UTIs (D3 e D2) e todos os ambulatórios. “Numa etapa futura, estamos avaliando a construção de uma pequena estação de tratamento da água de reuso para destinação a chuveiros e pias nessas áreas”, informa.
A elaboração do Plano de Contingência da Universidade, envolveu diversos órgãos da Unicamp, como a Vice-Reitoria de Administração (Vrea), a Prefeitura da Cidade Universitária, a área da Saúde e o Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS), além de contar com a colaboração de docentes e pesquisadores.
O documento estabelece diferentes ações, que variam de acordo com o cenário a ser enfrentado. Assim, estão previstas medidas que vão desde a manutenção da situação atual até a eventualidade de ocorrer um racionamento crítico no fornecimento de água. A Unicamp é o segundo maior consumidor de água de Campinas (71.000 m³/mês), ficando atrás somente da Prefeitura Municipal.
“É importante destacar que o Plano de Contingência da Unicamp não é uma peça acabada. Queremos contar com a colaboração da comunidade universitária, para torná-lo ainda mais eficiente e exequível”, afirmou o coordenador-geral da Universidade, Álvaro Crósta.
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Caius Lucilius com Caroline Roque
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp