Enfermeira do HC recebe Prêmio Anna Nery


A enfermeira Mariza Lino do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp recebeu na última sexta-feira (22) o Prêmio Anna Nery, concedido pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP). Dedicado aos profissionais de enfermagem que se destacam na atividade, o prêmio é um reconhecimento pelo trabalho na criação e implantação do centro cirúrgico ambulatorial (CCA) e da sala da família, realizados pela colaboradora.

A quatro meses de completar 29 anos de atividade no hospital, a enfermeira afirma que a humanização, criada por esses espaços, é insubstituível para a acomodação e acolhimento de pacientes e familiares. “Receber esse prêmio é uma forma de homenagear um enfermeiro que se dedicou à profissão e deixou um legado. Essa homenagem traduz isso pra mim, a dedicação que eu tive para montar esses projetos”, disse Mariza

A premiação aconteceu no Plenário da Câmara Municipal de Campinas, no bairro Ponte Preta.

CCA
Foi quando trabalhava na enfermaria da pediatria, junto com o cirurgião Joaquim Bustorff, que iniciou um trabalho com as mães de crianças que aguardavam para fazer cirurgia, no próprio ambulatório. Basicamente passavam orientações e realizavam um pré-operatório mais adequado para mães e crianças.

Dessa experiência, Mariza levou os resultados para o Congresso Brasileiro de Enfermagem de 1989, em Santa Catarina. Uma das recomendações do trabalho era a existência de um espaço adequado no hospital para que as cirurgias fossem feitas, em ambiente seguro, uma vez que até aquele momento, os procedimentos de pequeno porte eram realizadas nos ambulatórios das especialidades. Para surpresa dela, quando voltou do evento, foi convidada a implantar, juntamente com uma equipe, o CCA.

A implantação foi concluída em 4 meses, ainda que com dificuldades em recursos humanos e materiais. Equipamentos e outros materiais foram adquiridos através de doações de várias especialidades do hospital. Dessa forma, foi possível inaugurar o espaço no dia 1º de abril de 1990 e realizar a primeira cirurgia em um homem, para o tratamento de catarata.

Atualmente, o CCA realiza 6.289 cirurgias por ano, a maior parte de oftalmologia. Outras especialidades como dermatologia, cabeça e pescoço e plástica estão entre as que mais realizam procedimentos no local. Nele acontecem cirurgias de pequeno porte, aquelas em que o paciente, depois de operado, recebe alta e pode voltar para casa no mesmo dia.

Sala da família
A sala da família foi o segundo projeto executado pela colaboradora. A ideia surgiu em 2006, quando era enfermeira assistencial no centro Cirúrgico Central (CC). O objetivo era acomodar e acolher as famílias que esperavam por notícias de entes em cirurgia.

Os acompanhantes ficavam nos corredores, dividindo espaço com o grande fluxo de macas, materiais e funcionários. “Dessa situação, nasceu a vontade em mim de criar um local adequado e humanizado para receber essas famílias” explica Mariza.

Inicialmente o projeto foi engavetado por ela não poder se dedicar totalmente à implantação.  Foi quando participou e ganhou o prêmio GEPRO (Curso de Gestão por Processo), que a ideia foi colocada em prática.

Em 2012, a sala foi inaugurada, com capacidade para acomodar 12 pessoas sentadas. Também dispõe de um espaço reservado à conversa entre equipe médica e acompanhantes. No mesmo ano, o projeto ganhou o Prêmio aos Profissionais da Carreira PAEPE, de melhor trabalho de enfermagem na Área da Saúde.

Profissional
Formada em enfermagem e saúde pública pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no ano de 1983, Mariza mudou-se para Campinas após o casamento. Em 1984 passou no concurso da Unicamp, e iniciou os trabalhos na Santa Casa. Com a inauguração do Hospital de Clínicas, foi transferida junto com a ortopedia para as novas instalações.

Nesses 28 anos de serviço, passou pelas enfermarias de retaguarda, gastrocirurgia, ortopedia, pela Unidade de Emergência Referenciada (UER), UTI adulto, ambulatório de pediatria e diretoria de enfermagem do complexo de centros cirúrgicos.

“A Unicamp me deu essa oportunidade e pude então vivenciar minha profissão e desenvolver minhas habilidades como enfermeira. Isso possibilitou que eu deixasse um legado para o hospital e usuários”, conclui Mariza.

Caius Lucilius com Caroline Roque

Assessoria de Imprensa do HC Unicamp