Aumenta o número de casos de politraumatismo em Campinas


O número de casos de politraumatismo em Campinas aumentou cerca de 25% nos últimos 10 anos. O Hospital de Clínicas da Unicamp atende vítimas de politrauma de toda a região. Caracterizado pela combinação de duas ou mais lesões que coloquem a vida do paciente em risco, o politrauma é resultado de quedas ou acidentes de trânsito. Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, esse tipo de internação cresceu 124% no estado e atualmente a média diária é de 39 internações por dia.

O aumento nos índices de politrauma é atribuído principalmente ao crescente número de acidentes de trânsito. Desse grupo, os acidentes envolvendo motocicletas se destacam, representando quase metade dos traumas atendidos em grandes hospitais. Apenas no HC, são recebidos até 300 casos relacionados a acidentes com motos todo mês. E 20% desses pacientes precisam de internação, resultando em alto custo para o serviço de saúde. Em 2011, por exemplo, os gastos do SUS com politraumatismo ultrapassaram 27 milhões de reais.

“A rapidez na assistência é fundamental e o atendimento no trauma deve ser multidisciplinar, pois nenhum profissional é capaz de dominar todas as especialidades”, lembra o coordenador da Unidade de Urgência e Emergência (UER) do HC, José Benedito Bortoto. No ano passado, o HC realizou 3.405 cirurgias de urgência.

O HC também investe em ações preventivas, como o projeto PARTY (Prevent Alcohol and Risk Related Trauma in Youth), coordenado por Gustavo Fraga da Cirurgia do Trauma do hospital. O programa visa conscientizar jovens de escolas públicas de Campinas sobre os riscos de dirigir de maneira imprudente, através de palestras, contato com pacientes e visitas monitoradas ao hospital.

Ministério da Saúde

No ano passado, o Ministério da Saúde lançou uma consulta pública da Linha de Cuidados ao Trauma na Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE). O objetivo da ação é proporcionar um atendimento mais humanizado às vítimas e reduzir o número de óbitos e sequelas provocadas por traumas.

O plano inclui a definição das diretrizes clínicas para o tratamento de pacientes, o estabelecimento de um protocolo único, a habilitação de centros de trauma e a criação de incentivos financeiros diferenciados para os hospitais que integrarem a rede. O registro dos atendimentos de trauma em uma base de dados também está nos planos do Ministério. “Esse registro é muito importante e é provável que a Unicamp seja um dos locais-piloto para sua aplicação”, afirma Gustavo Fraga.

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner  –  Assessoria de Imprensa HC