O professor Agrício Crespo, chefe da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, assume nesta sexta-feira (18-01), em São Paulo, a presidência da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a segunda maior associação de otorrinolaringologia do mundo. Crespo foi escolhido entre 5 mil associados para o mandato de um ano e é a primeira vez que um docente da Unicamp comanda a associação.
Segundo Crespo, os pilares para projetos da associação neste ano são maiores recursos na residência médica, internacionalização, remuneração mais justa e maior comunicação entre especialistas, com entidades internacionais e, principalmente, com o público leigo. “Buscamos estabelecer maior contato com a sociedade em geral por meio de ações educativas e campanhas de esclarecimento para a população. Tais iniciativas têm como objetivo informar sobre os principais cuidados com a saúde e a prevenção de doenças nos ouvidos, nariz e garganta, que alteram a comunicação e o desenvolvimento da linguagem”.
Além de projetos epidemiológicos, campanhas de conscientização popular e programas educacionais para a formação de novos otorrinolaringologistas, o presidente reforça ainda que a associação dará atenção especial a quatro temas fundamentais para a saúde pública: o impacto da deficiência auditiva no aprendizado, os distúrbios do sono e seus reflexos na qualidade de vida, os distúrbios do equilíbrio e sua relação com as quedas na terceira idade, e problemas vocais que afastam grande parte dos profissionais de seu ambiente de trabalho.
Entretanto, há parcelas da população que ainda desconhecem as medidas básicas de prevenção de doenças e os cuidados com a manutenção da saúde. O otorrinolaringologista está habilitado para tratar desde problemas frequentes como otites, rinites, inflamações na garganta, até doenças como rinossinusites, ronco, apneia do sono, surdez, labirintite e o câncer de laringe.
Esse tipo de tumor, que atinge 10 mil pessoas no Brasil todos os anos e corresponde a 25% dos atendimentos do Instituto Nacional do Câncer (INCA), tem sido grande destaque na imprensa após o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Casos como o de Lula mostram que o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura para o câncer.
“Nosso foco também é informar a população sobre os sinais de alerta que indicam a presença de doenças malignas como o câncer de laringe e de cabeça e pescoço. É de grande importância divulgar a extensão do médico otorrinolaringologista como principal especialista habilitado para diagnosticar e de afecções nessas áreas”, ressalta.
Graduado e com residência em otorrinolaringologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, exerce as atividades de docente desde 1989. Possui especialização no M.D. Anderson Hospital and Cancer Center Institute, da Universidade do Texas e é professor livre docente da FCM. Com mais de 100 artigos publicados atua nas áreas de laringe, cordas vocais, voz, disfonias, apnéia, ronco, neoplasias, cirurgia endoscópica, câncer de laringe, doenças rinossinusais.
ABORL-CCF no Brasil e no mundo
Vinculada à Associação Médica Brasileira, a ABORL-CCF originou-se da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia – SBORL, fundada em 21 de novembro de 1978 e é uma sociedade civil de caráter científico com foco no desenvolvimento da especialidade e o intercâmbio científico, técnico, cultural e social entre os seus profissionais.
Ao longo dos seus 32 anos de existência, a instituição expandiu sua influência como uma das maiores entidades médicas do Brasil. Além disso, nosso país destaca-se no cenário internacional, por meio da ativa participação dos otorrinos brasileiros em grandes eventos mundiais, como o Congresso da Academia Americana de Otorinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery) e os principais congressos europeus.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner – Assessoria de Imprensa HC e assessoria ABORL-CCF