O Hospital de Clínicas da Unicamp, junto com a Faculdade de Ciência Médicas, promove a “Semana de Alerta e Combate ao Diabetes” entre os dias 12 e 14 de novembro. Com o apoio da Liga de Diabetes, Departamento de Endocrinologia e Nutrição, alunos e profissionais vão oferecer orientação aos pacientes na rampa de entrada do hospital no terceiro andar. A campanha reforça a prevenção como resposta ao crescimento da prevalência da diabetes no Brasil e no mundo, uma das doenças que mais avança sobre a população mundial.
A campanha já é tradição no hospital e o exame de ponta de dedo, para aferição do nível de açúcar no sangue é uma das atividades que mais atrai a atenção do público. A bióloga Elizabeth Fischer conta que a promoção da campanha só é possível com o trabalho conjunto de diferentes áreas. Orientações, esclarecimento de dúvidas, teste de índice de massa corpórea (IMC) e pressão arterial também estarão disponíveis nos três dias do evento.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), existem inúmeros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Mas o sedentarismo e a obesidade são a principal causa da doença no tipo 2. A respeito do tipo 1, cuja incidência tem aumentado, não se sabe exatamente quais as causas. Os pacientes com essa variação da doença tem apresentado um índice de massa corporal (IMC) cada vez mais elevado, sendo responsável por outras complicações clínicas.
A diabetes é uma das doenças que mais avança sobre a população mundial e está classificado em vários tipos, entre eles, o Tipo 1 que atinge em média 5% da população e afeta, na maioria dos casos, crianças e adolescentes. Os principais sintomas são: sede excessiva, rápida perda de peso e fome exagerada. O Tipo 2 é o principal, estima-se que cerca de 90% dos doentes sofrem com este tipo. Os sintomas são os mesmos do tipo 1, porém, menos evidentes.
A SBD tem investido nas ações de conscientização pela internet e nesse ano promove o “Novembro Azul”, uma forma de estender as ações durante todo o mês, potencializando os resultados. O controle da alimentação e a prática regular de atividades física ainda são as principais recomendações dos médicos. Esses hábitos ajudam na prevenção da diabetes tipo 2, responsável por mais de 90% dos casos da doença no mundo. Junto com o tipo 1, a doença atinge 10 milhões de pessoas apenas no Brasil.
Diferentemente de outras doenças, a diabetes caracteriza-se pela alta incidência em países desenvolvidos, que possuem melhor infraestrutura e acesso à informação e assistência médica. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas possuem a doença atualmente, como indicam os dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês). No Brasil, dados do Ministério da Saúde registram um percentual aproximado de 5,8% da população a partir de 18 anos com a diabetes tipo 2. Isso equivale a 7,6 milhões de pessoas e os mesmos dados apontam o surgimento de 500 novos casos por dia.
De acordo com o professor Walter Minicucci, um dos organizadores do evento, o avanço da doença, especialmente do diabetes tipo 2, deve-se ao aumento dos índices de obesidade e sedentarismo entre a população de modo geral. “As pessoas com excesso de gordura no corpo, principalmente aquela concentrada na região abdominal, precisam emagrecer para diminuir os riscos de desenvolver o diabetes tipo 2”, detalha Minicucci. “Para os homens, o ideal é manter a medida da cintura abaixo dos 100 cm, já para as mulheres, o melhor é a medida abaixo dos 82 cm”, afirma o médico.
Campanha
Idealizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela International Diabetes Federation (IDF), as ações de conscientização tiveram início nos anos 90, como resposta ao aumento dos casos da doença no mundo. A cor azul foi escolhida como cor símbolo das atividades porque, de acordo a IDF e a OMS, representa “o céu que une todas as nações e a comunidade internacional da diabetes”.
Ministério da Saúde
O MS elaborou novas diretrizes para organizar o cuidados aos pacientes com diabetes dos tipos 1 e 2. A versão final do documento, quando aprovada e publicada, será aplicada nos serviços de assistência médica de todo o país. Essa mudança prevê uma linha de cuidado prioritário na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp