AVC também atinge crianças e adolescentes


No último dia 29 de outubro, ocorreu a campanha do Dia Mundial do AVC, com o intuito de conscientizar as pessoas sobre como identificar os sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido também como derrame. Nessa data, o Grupo de Pequisa do CNPq “Anormalidades Neurovasculares na Infância”, coordenado pela professora Maria Valeriana L. Moura Ribeiro, promoveu uma campanha voltada para o esclarecimento de que o AVC também ocorre em crianças e adolescentes.
 
Mais comum em adultos, o AVC ocorre por isquemia, caracterizada pela interrupção do fluxo sanguíneo ou hemorragia, que é o extravasamento de sangue para fora dos vasos. Em ambos os casos, é fundamental procurar atendimento médico o mais rápido possível. “No momento do AVC, a criança ou adolescente pode ter perda do nível de consciência como ficar confuso ou até desmaiar”, afirma Carolina C. Oliveira, fisioterapeuta membro do grupo de pesquisa. Perda ou dificuldade de movimentar um lado do corpo, crise convulsiva, dificuldade ou perda da fala e repuxamento de um dos cantos da boca, são outros sinais apontados pela fisioterapeuta.
 
Uma das principais diferenças para o AVC que ocorre em adultos, é que o AVC na infância e adolescência apresenta como principais causas as malformações do coração presentes ao nascimento (cardiopatias congênitas), doença ou inflamação dos vasos do sistema nervoso central (vasculopatias ou vasculites), alguns tipos de anemias como a falciforme e malformações dos vasos, como os aneurismas.
 
Uma grande preocupação que se configura nesses casos são as seqüelas, que prejudicam diretamente o desenvolvimento da criança. ?Pode haver a perda de movimentos, crises convulsivas, déficit intelectual e alterações comportamentais?. Por isso, Carolina alerta para a importância de procurar atendimento médico o mais rápido possível ao identificar os primeiros sintomas.
 
”Mesmo na fase aguda, logo após o AVC, existe tratamento específico que pode diminuir a lesão, as sequelas e o risco de morte”, explica. O tratamento e reabilitação pode envolver profissionais das áreas de neurologia infantil, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia.
 
Pesquisa
 
Coordenado pela neurologista Maria Valeriana Leme de Moura Ribeiro, o grupo de pesquisa Anormalidades Neurovasculares na Infância atua no HC realizando atendimento e pesquisas de AVC em crianças e adolescentes. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas, uma das pesquisas vigentes procura voluntários que cumpram os seguintes critérios: AVC comprovado por exame clínico neurológico e exame de neuroimagem, que tenha ocorrido após os 28 dias de vida e pelo menos há 1 mês. Os pacientes devem ter entre 6 e 16 anos de idade. Os interessados podem entrar em contato diretamente com a Fisioterapeuta Carolina Camargo de Oliveira no Ambulatório de Neurologia do Hospital de Clínicas (UNICAMP) – 2º. andar – faixa preta ou email ccamargoofisio@yahoo.com.br
 
 

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner

Assessoria de Imprensa do HC Unicamp