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A disciplina de Nefrologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp comemorou nesta terça-feira (19-05), no auditório da FCM, os 25 anos de atividades do serviço de transplante renal. O primeiro transplante no Interior de São Paulo foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Campinas, um ano antes da transferência dos serviços para as atuais instalações do Hospital de Clínicas. Hoje, o serviço de transplantes renais da Unicamp está entre os cinco mais ativos do País e já superou a marca dos 1.600 procedimentos tanto em adultos como em crianças.

Hoje, o serviço da Unicamp está entre os cinco mais ativos do País. De acordo com o professor Gentil Alves Filho, coordenador clínico do serviço de transplante renal e responsável pelo primeiro transplante de rim na Unicamp, nos primeiros anos – 1984/89 – os procedimentos eram baseados no transplante com doadores vivos relacionados. A partir de 1989, relata Filho, o programa de transplantes renais com doadores em morte encefálica ganhou impulso. “Este aumento de transplantes resultou da associação de dois fatores: o início das campanhas de conscientização da população e a disponibilização da droga imunossupressora ciclosporina”, recordou Gentil.

Fonte de qualidade de vida, a água tornou-se o bem mais consumido por Antonio Donizetti Piacente depois da cirurgia realizada em 1º de maio de 2004, aos 44 anos. “A coisa mais importante que me aconteceu depois do transplante é poder beber água. Agora preciso ingerir uma grande quantidade de água, então bebo à vontade. Passei sete anos sem poder tomar água, aguardando um novo rim”, diz o aposentado. “É como se eu tivesse renascido”, acrescenta. O mau funcionamento dos rins foi observado na infância, mas a diálise passou a fazer parte da rotina de Piacente aos 37, quando o órgão parou totalmente. Mas 1º de maio de 2004 é uma data que Piacente repete a cada vez que conta sua história de superação. A expectativa em receber o novo órgão não deu lugar ao sono na noite que antecedeu o transplante. “Não dormi, esperando aquele momento. Minha vida mudou completamente. É uma vida nova”, comemorou.

Para o coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp, Helder Zambelli, os avanços devem-se também ao apoio oferecido pelas secretarias da saúde de Campinas e do Estado de São Paulo. “Aprendemos que as parcerias são fundamentais para os avanços na área de transplantes, principalmente no que diz respeito a tecnologia e infra-estrutura”, diz Zambelli.

Nos anos 90 foi criada a Central de Captação de Órgãos do HC Unicamp, e em 1997, a central passou a ter uma abrangência regional, após normatização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo passou ser denominada OPO-Unicamp. “Com isso, houve uma inversão na característica do programa, havendo um predomínio de receptores de rim de doador cadáver a partir de 1992, permitindo que a média anual de transplantes se mantivesse ao redor de oitenta ao ano”, comentou o nefrologista.

Em 2001, o serviço alcançou o total de 1.000 transplantes renais e nesse mesmo ano, também foi incorporado ao serviço, juntamente com a disciplina de Gastrocirurgia, o programa de transplante duplo pâncreas/rim, em portadores de diabetes tipo I e nefropatia, totalizando até hoje de 12 transplantes dessa modalidade. Atualmente, apoiam a estrutura assistencial uma área de pesquisa clínica e o laboratório de pesquisa, favorecendo a formação multidisciplinar de novos profissionais.

Todos os pacientes são atendidos no Centro Integrado de Nefrologia (CIN) do Hospital de Clínicas da Unicamp, que presta um cuidado completo do paciente renal e seus familiares, dentro dos ambulatórios especializados que acompanham o paciente em todas as fases da doença renal crônica. O cuidado integral do paciente é realizado através de um programa educativo com uma equipe multidisciplinar. Entre as modalidades terapêuticas oferecidas estão: diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD), diálise peritoneal automática (DPA), hemodiálise e o transplante renal. No ano passado, o HC da Unicamp investiu cerca de R$ 1,3 milhão na aquisição em comodato, de 20 novas máquinas de última geração para hemodiálise.

Nestes 25 anos, as equipes de transplante renal (Nefrologia e Urologia) HC da Unicamp desenvolveram grande experiência nos procedimentos inclusive participando ativamente de projetos multicêntricos internacionais de utilização de novos medicamentos imunossupressores. O alto nível das pesquisas desenvolvidas dentro da disciplina de Nefrologia tem permitido parceria em projetos cada vez mais focados na qualidade de vida dos pacientes. “Temos um projeto de ampliar os procedimentos, mas precisamos da criação de uma Unidade própria para transplantes”, concluiu Gentil.

Caius Lucilius, Marita Siqueira e Maria Alice da Cruz
Fotos: Antônio Scarpinetti e Alexandre Silva
Assessoria de Imprensa HC/Unicamp e ASCOM

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