Profissão Repórter da TV Globo grava programa no HC sobre audição


O segundo programa do Profissão Repórter 2009, comandado pelo jornalista Caco Barcellos da TV Globo, terá a participação de profissionais e pacientes do HC da Unicamp. A edição que vai ao ar às 11h15 desta próxima terça-feira (21-04), após o TOMA LÁ DÁ CÁ, foi gravada no último dia 08, no Centro Cirúrgico e no ambulatório do hospital e vai abordar a surdez e suas implicações na vida das pessoas. O HC da Unicamp foi escolhido pela direção do programa por ser um dos pioneiros no Brasil na cirurgia de implante coclear, objeto das entrevistas e filmagens realizadas por mais de seis horas dentro da instituição.

As gravações no HC tiveram início logo cedo – 7h30 – na sala de pré-operatório do Centro Cirúrgico Geral. O apresentador do Profissão Repórter, Caco Barcellos, conduziu as entrevistas desde o preparo da paciente, toda a cirurgia e depois, o atendimento dos pacientes de rotina no ambulatório de Otorrino, onde foi ativado um aparelho num dos personagens da entrevista. A paciente que recebeu um implante coclear é de São Carlos e ficou surda depois de contrair três meningites.

“Cheguei a pensar que a cirurgia não fosse dar certo devido à dificuldade decorrente das meningites adquiridas. A região estava muito calcificada e exigiu mais cuidado com a cirurgia”, comenta o médico responsável pelo procedimento, Paulo Porto. Outros pacientes também foram entrevistados como uma das primeiras implantadas, uma criança e seus pais, os profissionais e por fim, um agricultor que ativou o equipamento e passou a ouvir.

A reestréia do Profissão Repórter mantém o formato com entrevistas direto das ruas, onde a notícia acontece, mostrando diferentes ângulos da notícia – com a ajuda de jovens repórteres – e do envolvimento de cada profissional da equipe em todas as etapas da produção: da reportagem à edição. “2008 foi um ano muito especial, decisivo para todos nós. Nosso compromisso, vocês já sabem qual é: mostrar os bastidores da notícia e os desafios da reportagem”, diz Caco Barcellos.

Em janeiro a equipe multidisciplinar da Otorrinolaringologia do Hospital de Clinicas da Unicamp realizou a ativação do 300º implante coclear. A cirurgia, considerada de alta complexidade, é indicada para a reabilitação de pacientes que possuem deficiência auditiva de origem neurosensorial profunda. O HC é um dos cincos centros de referência de implante coclear no Brasil e realiza este procedimento para pacientes de vários estados brasileiros desde 2001.

O implante coclear oferece informação sonora a indivíduos que não tem mais benefício com o aparelho auditivo comum. O procedimento estimula eletricamente as fibras do nervo auditivo, através de eletrodos colocados no ouvido interno, conhecido como cóclea. Segundo o docente responsável pela disciplina de otorrinolaringologia do HC, Agrício Crespo, a tecnologia do equipamento possibilita a pessoa a readquirir uma audição compatível com suas atividades sociais e profissionais. “O paciente pode ouvir os primeiros sons entre 30 e 40 dias após a cirurgia, quando é feita a ativação do aparelho”, explica Crespo.

As primeiras cirurgias no HC da Unicamp foram realizadas apenas em adultos, e a partir de 2003, o procedimento passou a beneficiar crianças. O Hospital de Clinicas formou uma equipe maior, mais experiente e com treinamentos específicos para o público infantil. Atualmente, 70% dos pacientes são crianças. Para saber se o individuo pode realizar a cirurgia é necessário o encaminhamento a profissionais da saúde como: médico otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, assistente social e psicólogo. A equipe multidisciplinar é essencial para orientação dos familiares que terão que se adaptar a nova realidade do paciente que voltará ouvir.

O coordenador do programa de implantes cocleares no HC, Paulo Porto, afirma que o critério de seleção para crianças é definido por pacientes de seis meses a quatro anos, com perda auditiva profunda bilateral, com expectativa razoável da família e sem beneficio de próteses auditivas. “Apesar da cirurgia ser possível aos seis meses de idade, precisamos de mais tempo para decidir pela a indicação do implante coclear”, explica Porto. Já os adultos devem ter mais que 17 anos e sofrer de perda auditiva severa, ou que possuía linguagem oral anteriormente a surdez, chamada de surdez pós-lingual. Esses adultos, diz Porto, tem benefícios limitados das próteses auditivas, devem ser aprovados por psicólogos e não possuir nenhuma contra indicação médica.

Horários alternativos do Profissão Repórter na GloboNews
Sábado às 21h05
Domingo às 9h05

Caius Lucilius com Marita Siqueira– Assessoria de Imprensa HC