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A psicóloga Lígia Zuppi da Conceição Suzigan investigou a sociabilidade em 52 pacientes portadoras da Síndrome de Turner. A enfermidade, pouco conhecida, afeta apenas mulheres e consiste na ausência de um cromossomo X no organismo. Trata-se de uma doença decorrente de má-formação na gestação, mas não rara de acontecer, pois a incidência é de um em cada 2.500 indivíduos.

As portadoras da enfermidade, em geral, possuem baixa estatura, esterilidade, ausência de seios e a menstruação é tardia. Podem também desenvolver ao longo dos anos problemas cardíacos e renais. O diagnóstico nem sempre ocorre na infância. Muitas vezes, este problema é detectado somente na adolescência.

Em função destes distúrbios tão importantes para a percepção de feminilidade, as mulheres tendem a apresentar dificuldades de relacionamento com amigos, familiares e em situações amorosas. “Vários estudos na literatura apontam este aspecto. Por isso, quis investigar”, destaca a psicóloga, que defendeu tese de doutorado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) sobre o tema. Lígia foi orientada pela professora Andréa Trevas Maciel-Guerra.

No estudo, ela não só avaliou 52 pacientes, na faixa etária entre 15 e 35 anos, atendidas no Hospital das Clínicas da Unicamp, como também entrevistou e comparou o questionário aplicado em 33 irmãs e 30 mães de pacientes. Segundo a psicóloga, as portadoras da Síndrome de Turner tiveram bom desempenho no Inventário de HS (IHS-Del-Prette), um questionário que mensura o conhecimento e a utilização adequada de habilidades sociais nas situações interpessoais.

Os resultados das pacientes foram semelhantes quando comparados aos das irmãs. Ainda no quesito auto-exposição a desconhecidos e situações novas, as enfermas foram mais bem avaliadas em relação às irmãs. O estudo mostrou também que as pacientes mais velhas se saíram melhor nos resultados que as novatas.

Durante as entrevistas, porém, as mães relataram mais problemas de relacionamentos familiares e sociais por parte das portadoras da síndrome do que as irmãs. “Houve poucas queixas espontâneas de relacionamento interpessoal. Mas, a maioria das pacientes entrevistadas deixou transparecer dificuldades de cunho social. Pelo que pude perceber, essas dificuldades não chegam a causar problemas sociais significativos a ponto de torná-las insatisfeitas”, avalia.

Raquel do Carmo Santos
Assessoria de Imprensa do HC UNICAMP

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