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O diretor geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Dr. Luiz Antonio Santini, esteve nesta sexta-feira (28-03), no Hospital de Clínicas da Unicamp para uma apresentação sobre a situação da oncologia no Brasil. O convite foi feito pelo superintendente do HC, Luis Carlos Zeferino, aproveitando uma visita do médico à Campinas, onde esteve no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e com o prefeito Hélio de Oliveira Santos. O INCA, sediado no Rio de Janeiro, é um órgão do Ministério da Saúde responsável pela coordenação das ações nacionais de prevenção e controle do câncer no Brasil.

O debate, que aconteceu no auditório da superintendência do hospital, reuniu cerca de 50 pessoas, a maioria docentes da FCM e médicos do HC, CAISM, HES, Gastrocentro e Centro Infantil Boldrini. O superintendente do HC e oncologista Luis Carlos Zeferino abriu o evento fazendo uma breve apresentação dos dados oncológicos do Estado, da Região e do HC e CAISM que juntos representam o terceiro complexo de atendimento oncológico no Estado de São Paulo.

Zeferino detalhou ainda que o HC da Unicamp é de longe, a instituição que mais atende pacientes oncológicos em Campinas e Região com 34,3% das cirurgias realizadas, 57,5% dos exames de radioterapia e 45,4% dos procedimentos de quimoterapia. No HC, a maioria dos atendimentos oncológicos são relacionados aos órgãos digestivos. “Sabemos que não somente em nossa região, mas em todo Brasil, 85 por cento do parque radioterápico precisa ser modernizado como é o caso dos equipamentos do CAISM fabricados há mais de trinta anos”, conclui Zeferino.

Segundo o diretor geral INCA, Dr. Luiz Antonio Santini, o Brasil deve registrar neste ano 467 mil novos casos de câncer, número que supera por exemplo, os casos acumulados de AIDS no Brasil em 24 anos. “O câncer é uma das prioridades do Ministério, já que os gastos com essa doença aumentaram 103 por cento entre os anos de 2000 e 2005”, destacou Santini. Para ele os problemas para enfrentar o crescimento da doença são muitos e passam por várias mudanças, uma delas a como enfrentar a inflação dos medicamentos para oncologia financiados pelo SUS. “Nenhum país do mundo está preparado para absorver as novas drogas”, enfatizou.

De acordo com Santini, que é cirurgião toráxico, mais de 60 por cento dos tipos de câncer – hoje existem quase 200 tipos de doenças associadas ao câncer – podem ser tratados, quando diagnosticados em tempo. “Infelizmente cerca de noventa mil pacientes por ano em todo País não possuem acesso a serviços de radioterapia”, informou o diretor do INCA. Para mudar esse cenário, disse Santini, é que existe a previsão do Ministério da Saúde de substituir 40 equipamentos de radioterapia em todo País e adquirir mais 20 equipamentos e um deles virá para a radioterapia do Hospital Mário Gatti como assegurou ao prefeito.

Depois de assistir a exposição estatística sobre os casos de câncer em Campinas e região, o diretor do Inca disse que a oncologia como outras áreas de destaque na medicina, vive um paradoxo. “De cada dez moléculas investigadas pela indústria farmacêutica, apenas uma chega ao mercado com um custo de pesquisa incorporado cada vez maior e disponível ao consumo num prazo cada vez menor”, disse Santini ao mostrar os desafios.

No cenário global, o médico do INCA informou que na América Latina três países não possuem qualquer tipo de tratamento para pacientes oncológicos e que no continente africano esse número salta para 37 países. “Para o Brasil e outros países emergentes uma das saídas para ajudar enfrentar o crescimento dos casos de câncer é buscar projetos multinstitucionais de cooperação internacional”, assegurou.

Caius Lucilius
Assessoria de Imprensa do HC UNICAMP

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