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O Ambulatório de Oftalmologia do Hospital de Clínicas da Unicamp entregou nesta quarta-feira (04/07), as instalações do novo banco de olhos da Unicamp. A área é responsável pela captação e a preservação da córnea, garantindo a qualidade do tecido, com mínimo risco de transmissão de doenças do doador para o receptor. O banco de blhos da Unicamp oferece cobertura para 127 municípios e realiza uma média de 50 captações por mês. Na região de Campinas, o tempo de espera por uma córnea é de aproximadamente 10 meses. A intenção é aumentar em pelo menos 50% por cento os procedimentos, contribuindo para redução da fila.

A cerimônia de entrega contou com a presença da diretora médica do Banco de Olhos da Unicamp, Denise Fornazari, do professor Newton Kara José, do coordenador de administração do HC, professor Djalma de Carvalho e do diretor da FCM, professor José Gontijo, além de funcionários, residentes, alunos e convidados. “Esta é uma conquista de toda equipe que não mede esforços para o andamento do serviço 24 horas e sete dias por semana”, ressaltou Denise Fornazari que foi homenageada pela equipe na ocasião.

Em seu breve discurso, um dos criadores da Disciplina de Oftalmologia da FCM, professor Newton Kara, destacou a importância da Oftalmologia do HC da Unicamp e seu impacto no Interior do estado de São Paulo. “Não temos prédios imponentes, mas pessoas eficientes, pois fazemos muito com o que temos e exemplifico com os quarenta transplantes de córneas que realizamos nas últimas quatro semanas”, enfatizou kara. “Até em Portugal somos muito respeitados”, comentou.

Criado em 1992, sob coordenação da Disciplina de Oftalmologia da FCM o banco de olhos fornecia, até 1999, córneas para exclusivamente o HC e outros hospitais da cidade de Campinas. Desde maio de 2000, foi designado como OPC (Organização de Procura de Córnea) pelo Sistema Estadual de Transplantes. Desde então, é responsável pela busca, captação e preservação das córneas em uma região que compreende mais de 120 municípios no estado de São Paulo. Os bancos de olhos de estado de SP são coordenados pela Secretaria Estadual de Saúde e pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.

O investimento em equipamentos foi de R$ 65.300,00 viabilizado pelo Ministério da Saúde. As obras de readequação da área conforme novas normas da ANVISA foram realizadas pela Divisão de Engenharia do HC. Ali também vai funcionar como local para ensino e pesquisa utilizado por residentes e docentes. Em 2006, o Banco de Olhos viabilizou 210 córneas para transplantes que foram distribuídas, seguindo os critérios da fila única, pela Secretaria Estadual.

De acordo com a técnica em banco de olhos, Ana Lúcia Omori Haddad, treinada pela Associação Panamericana de Bancos de Olhos – APABO, infelizmente o número de doadores é muito pequeno, apesar da divulgação e do trabalho educativo que vem sendo realizado com a população. Para exemplificar, diz Ana Lúcia, no Banco de Olhos da Unicamp de todas as famílias abordadas para doação após o óbito do paciente, somente 10% concordam. “Se esse número fosse um pouco maior provavelmente não haveria filas”, assegura a técnica.

O transplante de córnea é um procedimento cirúrgico que substitui a região central da córnea prejudicada, por uma córnea saudável. Tem sido realizado há vários anos com sucesso na maioria dos casos graças à melhoria das técnicas cirúrgicas e do treinamento dos cirurgiões, e aos bancos de olhos, que cada vez mais têm fornecido material doador de alta qualidade.

A córnea é a superfície transparente que cobre o centro do olho e constitui a sua importante lente. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infeccão ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende da conscientização e a boa vontade exclusiva da doação de córnea.

O transplante de córnea é usualmente um procedimento seguro e com baixa morbidade, por isso o número de cirurgias aumentou muito nos últimos anos, o que fez com que cada vez mais fossem utilizados e estudados os critérios de doação do tecido doador, na tentativa de rastrear qualquer doença que possa ser transmitida pela cirurgia.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC

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