O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em parceria com Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp, promoveu no dia 13 de setembro, das 9 às 12 horas, um workshop sobre atualização cadastral de pacientes. O evento foi destinado aos colaboradores da área da saúde da Unicamp e aconteceu no antiteatro do hospital, localizado no terceiro andar.
De acordo com a superintendente do HC da Unicamp, Elaine Cristina de Ataíde, a atualização dos dados cadastrais é a porta de entrada para os pacientes. Segundo Elaine, com um cadastro atualizado é possível fazer mais e melhor pelos usuários, como por exemplo, avisá-los sobre sua próxima consulta ou lembrá-los de um exame que esqueceu de fazer.
“Estar com as informações atualizadas demonstra nosso respeito, carinho, atenção e carinho com os pacientes. Isso pode reforçar, também, a adesão deles às orientações passadas por nossos profissionais. É um caminho de mão dupla que busca a humanização interna e externa: o paciente é acolhido e respeitado e o HC mostra seu empreendedorismo, inovação e empatia para a sociedade”, ressaltou Elaine durante a abertura do evento.
O coordenador da área de Tecnologia de Informação da Educorp, Edson Kitaka, disse que desde os primeiros sistemas cadastrais usados no HC a segurança do paciente sempre este em primeiro lugar mas que por vezes alguns dados tinham que ser atualizados durante a jornada do paciente dentro do hospital.
“O dado de qualidade começa na coleta das informações do paciente. Hoje, com toda a tecnologia que temos, é possível gerir essa qualidade durante todo o atendimento do paciente”, ressaltou Kitaka, que representou o coordenador da Educorp, Edison Cardoso Lins, no evento.
A primeira palestra do dia foi proferida por Cecília Martins dos Santos, coordenadora da Divisão de Ambulatórios e Procedimentos Especializados (Dampe) do HC da Unicamp. O tema da palestra foi A responsabilidade dos agentes do processo de atualização cadastral do paciente.
De acordo com Cecília Martins, a correta identificação do paciente é a primeira das sete metas internacionais de segurança do paciente, além do conhecimento técnico empregado no manuseio dos sistemas informatizados, há grande responsabilidade dos profissionais quanto ao cuidado em checar e preencher corretamente as informações do paciente, para evitar duplicidades e distinguir pessoas homônimas.
“Com a implantação do sistema AGHUse em toda a área da saúde da Unicamp, nossa atenção precisa ser redobrada, pois um erro de identificação cometido pode impactar na ausência de informações do prontuário inseridas pelo HC e que outras unidades de saúde da Unicamp podem precisar acessar”, explica Cecília.
LGPD e segurança do paciente
A coordenadora da Diretoria Clínica do HC da Unicamp, a médica oftalmologista Denise Fornazari de Oliveira, falou sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). De acordo com Denise, hoje em dia os dados estão classificados em pessoais – nome, telefone, email, CPF, endereço – e sensíveis – religião, informações sobre saúde, orientação sexual e outras.
“Há no Brasil mais celulares do que habitantes e nosso pais é um dos mais conectados do mundo. O volume de dados captado é gigante. A LGPD surgiu para dar privacidade e proteção desses dados devido a explosão da internet nos últimos anos. Cada um de nós somos os titulares de nossos dados e o paciente precisa entender o porquê e para quê precisamos desses dados” ressaltou Denise durante a palestra.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada 300 pacientes sofrerá danos decorrentes de erros evitáveis. O primeiro item das Metas Internacionais de Segurança do Paciente é a identificação correta do paciente, pois uma identificação incorreta compromete todas as outras metas de segurança.
O último palestrante do workshop foi Fernando Mingatto da Costa Amorim, supervisor do Serviço de Agendamento do HC. Ele deu dicas sobre as boas práticas na atualização cadastral de pacientes e detecção de duplicidade. O objetivo da palestra foi disseminar o conhecimento sobre a abertura e atualização de cadastros de pacientes, com o intuito de evitar duplicidades e garantir a correta identificação, reduzindo a ocorrência de incidentes.
De acordo com Fernando, é recomendado a utilização do primeiro e segundo nome na pesquisa de cadastro dos pacientes, o que abrange casos em que o paciente tenha alterado seu estado civil e ainda não tenha atualizado o cadastro.
“Embora existam campos de preenchimento obrigatório, o ideal é completar o cadastro com o máximo de informações possíveis. Isso facilita a identificação correta caso haja necessidade de atualização futura, garantindo que os dados pertençam ao paciente certo. Além disso, é fundamental revisar todas as informações preenchidas antes de salvar o cadastro, para evitar erros de digitação ou falhas de atenção”, disse Fernando para o público presente no anfiteatro do HC da Unicamp.
Cerca de 86 mil pessoas diferentes circulam na área ambulatorial e de procedimentos especializados do HC todos os meses, além dos pacientes que entram pela Unidade de Emergência Referenciada (UER) e outras unidades de saúde. O HC da Unicamp abre, em média, 150 novos prontuários de pacientes por dia e possui mais de um milhão de prontuários arquivados. Diariamente, dois mil desses prontuários são solicitados pelos ambulatórios para atendimento dos pacientes.
AGHUse
O AGHUse foi desenvolvido pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), instituição ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele é um software livre e sem custos. De acordo com o projeto, os 18 módulos do AGHUse serão implantados no HC da Unicamp, no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), no Hemocentro, no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), no Gastrocentro e no Instituto de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU).
Leia também:
Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp