O Ministério da Saúde aprovou o projeto de informatização para acompanhamento do paciente oncológico do Hospital das Clínicas da Unicamp. Os recursos de R$ 300 mil serão utilizados para aquisição de microcomputadores, impressoras e leitores de código de barras, que estarão sendo instalados em 18 ambulatórios do hospital, além da radioterapia, quimioterapia e centro cirúrgico.
O objetivo do projeto é criar um banco de dados sobre o atendimento de pacientes oncológicos, o que permitirá um acompanhamento sistêmico de cada paciente, seja qual for a especialidade. O software para gerenciamento desse sistema está sendo desenvolvido pela Coordenadoria de Informática do HC e a previsão é que comece a funcionar ainda este ano.
Somente no ambulatório de Oncologia são cerca de 600 consultas/mês e 750 procedimentos de quimoterapia/mês. Ainda no ambulatório de Oncologia os casos novos representam cerca de 80 pacientes/mês. Câncer de colo e reto, cabeça e pescoço são as principais neoplasias nesse ambulatório. Em todo hospital, o número atendimentos a pacientes oncológicos de diversas especialidades é de aproximadamente 8 mil por ano, com uma média mensal de 681 casos novos . A especialidade com o maior número de pacientes é a Pneumologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Segundo Cleusa Milani, coordenadora de informática do HC, o novo sistema vai agilizar o acesso as informações de todas as especialidades que apresentam registro de câncer no hospital, e também será útil na contra-referência aos municípios de onde o paciente é oriundo. “O novo sistema facilitará o acompanhamento do paciente, possibilitando treinamento, capacitação e discussão de casos clínicos e a disponibilidade de exames e relatórios via web”, ressalta Cleusa.
Para a professora Carmen Silvia Passos Lima, chefe do disciplina de Oncologia do HC, o novo sistema vai melhorar a qualidade do serviço do hospital, que é credenciando como centro de alta complexidade em oncologia (Cacon). Entre as atribuições dessa referência está a confirmação do diagnóstico dos pacientes com câncer, estadiamento, assistência ambulatorial e hospitalar, incluindo a quimioterapia, radioterapia e a cirurgia, atendimento das emergências oncológicas, complicações, alívio da dor e cuidados paliativos.
Segundo Carmen Lima outro benefício da informatização será a automação da notificação à Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), responsável por centralizar os dados dos paciente do Estado. Os dados seguem para São Paulo através do registro hospitalar de câncer, a partir da identificação do paciente com este diagnóstico que hoje é bastante deficiente dada a grande quantidade de pacientes e ambulatórios existentes no HC. O sistema também vai evitar o retrabalho nas instituições envolvidas nesse processo, proporcionando agilidade no atendimento e beneficiando, principalmente, o paciente.
O desenvolvimento do software permitirá ao profissional de saúde do hospital a digitação dos dados de interesse após atendimento. Essas informações, explica Cleusa, serão armazenadas em banco de dados, repassadas à FOSP e estarão disponíveis para serem consultadas em qualquer ponto do hospital. “Com isso médicos residentes ou profissionais que estão atendendo o paciente, contarão com uma ferramenta nova para saber a situação do paciente, mesmo sem o seu prontuário em mãos, imprescindível nos casos de urgência”, conclui Cleusa Milani.
Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC