As cores roxa e laranja são utilizadas em diversos meios de comunicação com o objetivo de conscientizar a população e combater o lúpus, a fibromialgia, o mal de Alzheimer e a leucemia. Durante o mês de fevereiro estão previstas várias ações no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para pacientes e visitantes do hospital. As ações serão divulgadas no decorrer do mês nas redes sociais do hospital, TVs internas e email corporativo.
O lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações.
Segundo o Ministério da Saúde, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando, aproximadamente, 70% dos pacientes com lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.
O HC da Unicamp atende em média de 35 a 40 pacientes com lúpus e entre quatro e cinco precisam ficar internados para tratamento. De acordo Lilian Tereza lavras Costallat, médica reumatologista do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, fatores etológicos genéticos, hormonais, imunológicos e infecciosos são relacionados ao lúpus eritematoso sistêmico.
“É uma doença complexa que não tem uma etiologia bem definida e nem um único fator causal”, diz Lilian.
O diagnóstico é por meio da história clinica, com envolvimento sistêmico de diversos órgãos, principalmente pele, articulações, rins, sistema hematológico, pulmões e sistema nervoso, mas qualquer órgão pode ser acometido. Quanto ao laboratório, alterações no hemograma, presença de alterações como perda de proteína observada no exame de urina podem fazer a suspeita do LES que pode ser confirmada pela presença de autoanticorpos, principalmente com a presença do fator antinúcleo (FAN).
“Quem tem lúpus deve evitar exposição solar e contato com infecções. Deve ter alimentação balanceada e equilibrada e atividade física moderada, nos períodos de doença controlada e, principalmente, ter uma adesão consciente ao tratamento dessa doença crônica”, explica Lilian.
Ainda segundo a especialista do HC da Unicamp, houve importante progresso no tratamento do LES. A hidroxicloroquina deve ser usada em todos os casos de lúpus e, em alguns casos, é possível a prescrição de corticosteroides ou imunobiológicos.
“Mas tudo depende do tipo e da gravidade da manifestação de lúpus apresentada pelo paciente”, alerta Lilian.
Já a fibromialgia ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. O motivo pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.
De acordo com o médico reumatologista do HC da Unicamp, Manoel Barros Bértolo, a fibromialgia não tem uma causa definida. É uma doença crônica caracterizada por dor difusa, fadiga, sono não reparador, alterações cognitivas, ansiedade e depressão com comprometimento da qualidade de vida. O diagnóstico se baseia no quadro clínico de dores difusas pelo corpo. Não tem um exame para fazer o diagnóstico. Ele é de exclusão, após afastar outras doenças.
“A fibromialgia é um distúrbio da modulação da dor, devido a uma disfunção do sistema nervoso central (SNC) que causa a amplificação da transmissão e interpretação da dor. A disfunção da regulação de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina no sistema nervoso é considerada uma de suas possíveis causas”, explica Manoel.
O tratamento da fibromialgia é feito com fisioterapia, exercícios, analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos. “A atividade física regular, o acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra e a correção de hábitos alimentares inadequados fazem parte do tratamento da fibromialgia”, diz Manoel.