Vamos juntos tornar o lúpus visível é o tema do Dia Mundial do Lúpus, celebrado em 10 de maio. Nesse dia, profissionais do ambulatório de reumatologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp fizeram uma ação para chamar a atenção para o impacto que o lúpus tem sobre mais de cinco milhões de pessoas afetadas em todo o mundo pela doença.
O lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações.
Segundo o Ministério da Saúde, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando, aproximadamente, 70% dos pacientes com lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.
De acordo Lilian Tereza lavras Costallat, médica reumatologista do HC da Unicamp, fatores etológicos genéticos, hormonais, imunológicos e infecciosos são relacionados ao lúpus eritematoso sistêmico. “O lúpus é uma doença complexa que não tem uma etiologia bem definida e nem um único fator causal”, diz Lilian.
O diagnóstico é por meio da história clinica, com envolvimento sistêmico de diversos órgãos, principalmente pele, articulações, rins, sistema hematológico, pulmões e sistema nervoso, mas qualquer órgão pode ser acometido. Quanto ao laboratório, alterações no hemograma, presença de alterações como perda de proteína observada no exame de urina podem fazer a suspeita do LES que pode ser confirmada pela presença de autoanticorpos, principalmente com a presença do fator antinúcleo (FAN).
“Quem tem lúpus deve evitar exposição solar e contato com infecções. Deve ter alimentação balanceada e equilibrada e atividade física moderada, nos períodos de doença controlada e, principalmente, ter uma adesão consciente ao tratamento dessa doença crônica”, explica Lilian.
Ainda segundo a especialista do HC da Unicamp, houve importante progresso no tratamento do LES. A hidroxicloroquina deve ser usada em todos os casos de lúpus e, em alguns casos, é possível a prescrição de corticosteroides ou imunobiológicos.
“Mas tudo depende do tipo e da gravidade da manifestação de lúpus apresentada pelo paciente”, alerta Lilian.
