
O Ambulatório de Transtornos Alimentares do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp comemora 20 anos de atuação clínica, pesquisa e formação profissional. O ambulatório se destina ao atendimento de pacientes com anorexia nervosa, bulimia e transtorno da compulsão alimentar, entre outros transtornos alimentares.
Para celebrar essa trajetória, foi realizado no dia 7 de junho, na Faculdade de Ciências Médicas (FCM), um simpósio que reuniu psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e jornalistas na discussão dos desafios contemporâneos no cuidado aos transtornos alimentares.
De acordo com o docente da FCM e coordenador do ambulatório do HC, Amilton dos Santos Júnior, durante o evento foram abordadas questões clínicas, éticas, sociais e culturais que permeiam os transtornos alimentares na atualidade, com foco especial na articulação entre saberes e práticas. Houve, ainda, espaço para atualização científica, troca de experiências interdisciplinares e reflexão crítica sobre os avanços e os obstáculos no diagnóstico, tratamento e comunicação sobre o tema.
“Essa foi a primeira vez que organizamos um evento não só em homenagem ao ambulatório, mas também com o objetivo de divulgar um tema que muitas vezes é pouco debatido apesar de muito presente em alguns contextos, como por exemplo, o ambiente universitário, em que estudantes de cursos sofrem com transtornos alimentares”, disse Amilton.
Amilton destacou a atuação da médica psiquiatra Danielle Lilian Ribeiro Argolo Osório e o trabalho realizado pelos profissionais voluntários do ambulatório.
“De fato, no dia a dia, são os voluntários quem coordenam todo o serviço. São diversos nutricionistas, psicólogos, dentre outros profissionais que fazem do ambulatório um espaço de referência no atendimento dos pacientes com transtornos alimentares”, disse o docente da FCM.
Histórico e atendimento
O ambulatório foi autorizado a funcionar em 2005. Em 2012, inicia-se o Grupo Interdisciplinar de Transtornos Alimentares (GETA), nome pelo qual o ambulatório de transtornos alimentares do HC da Unicamp também é conhecido. “Lá atrás ele começou como grupo de estudos em transtornos alimentares. Seria um ambulatório só de pesquisa. Mas depois ele foi ampliando e caminhando mais para assistência”, explica Amilton. Atualmente, o Ambulatório de Transtornos Alimentares atende cerca de 100 pacientes, entre novos e em tratamento.

O encaminhamento de novos casos ao ambulatório é feito pelas Unidades Básicas de Saúdes (UBS) ou Posto de Saúde, por meio do sistema da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Havendo necessidade, a equipe profissional de saúde local fará o encaminhamento do seu caso para atendimento no Ambulatório de Transtornos Alimentares do HC da Unicamp.
“Nosso ambulatório atende desde crianças até adultos com todos os códigos descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS-5) relativos ao quadro de transtorno alimentar, desde a ingestão persistente de substância não nutritiva (PICA), transtorno alimentar restritivo (TARE), anorexia e bulimia nervosas e outros transtornos de compulsão alimentar”, explica psiquiatra Danielle Lilian Ribeiro Argolo Osório.