Autoridade mundial em cirurgias de vias aéreas realiza aula no HC


Uma das maiores autoridades mundiais em cirurgias de vias aéreas infantis (fossas nasais, faringe e laringe), o professor Phillippe Monnier do Serviço de Otorrinolaringologia do Centre Hopitalier Universitaire Vaudois (CHUV) Lausanne, Suiça, esteve no HC para ministrar aulas em sua especialidade. O médico suíço veio ao Hospital de Clínicas para realizar cinco cirurgias de reversão de estenoses provocadas por traqueos em crianças pacientes do hospital. Todas foram bem sucedidas e as crianças passam bem.

Segundo a professora da Disciplina de Otorrinolarinoglogia da FCM, Rebeca Maunsell, uma das organizadoras do evento, o médico Phillippe Monnier é reconhecido internacionalmente por criar técnicas adotadas em todo mundo e indicadas para casos complexos de reconstrução de estenoses laringotraqueais. “O procedimento é para livrar as crianças que teriam que conviver com a traqueostomia para o resto da vida, fornecendo uma novamente a qualidade de vida a elas”, explica Maunsell.

Rebeca Maunsell detalha que todas as cirurgias foram resolutivas, particularmente, em uma bebê que tinha uma ectasia traqueal bastante rara – nunca vista dessa forma pela equipe da Otorrino do HC – e que estava internada há mais de dois meses. “Pelo histórico, a criança teve o agravamento depois de muito tempo em ventilação mecânica pois nasceu prematura. Agora, está na enfermaria passando bem, sem traqueostomia e logo deverá ter alta”, comemora a médica.

Essa foi a terceira que o professor Phillippe Monnier visita a Unicamp e é convidado para a realização dos casos mais desafiadores e complexos em vias aéreas pediátricas. Nos dias em que esteve no HC, 15 médicos do Brasil, Argentina, Chile, Equador estiveram no hospital assistindo e discutindo os casos. As transmissões das cirurgias foram apresentadas para participantes na sala de telemedicina do hospital (Rute). Também houve a participação dos residentes e fellows da disciplina. “Foi um imenso aprendizado para todos profissionais e alunos presentes nas cirurgias”, assegura Agrício Crespo que também organizou a vinda do suíço.

A literatura científica aponta que uma das principais causas das estenoses laringotraqueais é o emprego de intubação orotraqueal (IOT) nas unidades de terapia intensiva neonatais e pediátricas durante longos períodos – meses. Outras causas que podem potencializar as estenoses são lesões decorrentes do uso das sondas nasogástricas e queimaduras físicas ou químicas bem como, infecções graves ou mesmo doenças inflamatórias crônicas, por exemplo lúpus.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC