O evento aconteceu das 10 às 12 horas e contou com atividades promovidas pela equipe multidisciplinar (foto) de neurologia, fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e nutrição. O objetivo foi informar pacientes e pessoas que passaram pelo hospital, sobre a prevenção, fatores de riscos, sinais de alerta e a urgência do tratamento no caso de um acidente vascular cerebral. Na Urgência Referenciada do HC são atendidos em média, 90 pacientes/mês.
Entre as atividades, os interessados tiveram acesso à medição de pressão, peso, altura e orientação nutricional. Diabetes, hipertensão, tabagismo, colesterol elevado e sedentarismo, são causas recorrentes do AVC. Em 90% dos casos é possível prevenir o acidente através de um tratamento preventivo, a chamada prevenção primária. “Pessoas que se enquadram em um, ou mais, desses fatores de risco devem analisar seus hábitos de vida e mudá-los”, alerta o professor do Depto de Neurologia da FCM da Unicamp e coordenador do grupo de neurocirurgia do HC, Li Li Min.
De acordo com o neurologista, em caso de AVC, os principais sintomas e sinais de alerta são a paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação) de um dos lados do corpo; dor de cabeça muito forte, súbita, sobretudo se acompanhada de vômitos; fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetado um dos lados do corpo; perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz e perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
O socorro tem de ser rápido para evitar que a área do cérebro atingida permaneça muito tempo sem ser irrigada. A atitude mais indicada é ligar para o 192 – SAMU, assim os procedimentos corretos serão tomados para evitar seqüelas e até a morte.
O neurologista da Unicamp esclarece que existem na cidade de Campinas três centros de referência para atender emergência de pacientes com AVC: HC da Unicamp, Hospital e Maternidade Celso Pierrô – Puc e Hospital Mário Gatti. As equipes, ressalta, possuem um médico neurologista de plantão 24 horas e os demais profissionais de saúde, inclusive do atendimento SAMU, foram treinados para reconhecer e dar os primeiros socorros a casos de AVC. “A importância do pronto atendimento à vítima de derrame fará a diferença nas seqüelas do acidente, principalmente nos casos de AVC isquêmico agudo”, destaca Li Li Min.
O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico, o de maior letalidade.
A Associação Americana de AVC estima que a maioria das pessoas que sofrem um AVC demora, em média, 12 horas para chegar a um hospital. Em comparação com o Brasil, a situação ainda é complicada; a Associação Brasileira de Neurologia calcula que apenas 30% das vítimas são levadas a um hospital em seis horas. “Infelizmente, a maioria dos pacientes não chega ao hospital em tempo de receber essas formas de terapias”, ressalta.
No Brasil, a cada 5 minutos uma pessoa morre por AVC, sendo a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no país, de acordo com a Associação Brasil AVC (ABAVC). Responsável por 6 milhões de mortes no mundo a cada ano, ocorre em qualquer idade – com mais frequência em pessoas com mais de 60 anos – e também afeta crianças. Vem crescendo cada vez mais entre os jovens, ocorrendo em 10% de pacientes com menos de 55 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV), a previsão é de que uma a cada seis pessoas no mundo terá um AVC ao longo de sua vida.
Tipos
– Acidente vascular isquêmico: responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais).
– Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Como conseqüência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos índices de mortalidade.
Entre os fatores de risco que podem ser modificados destacam-se:
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Tabagismo;
– Consumo freqüente de álcool e drogas;
– Estresse;
– Colesterol elevado;
– Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
– Sedentarismo;
– Doenças hematológicas.
Existem contudo fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas, como pertencer a raça negra, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.
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Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner – Assessoria de Imprensa HC