A chegada de dias mais quentes e úmidos significa mais problemas para uma parcela da população. A psoríase é uma doença crônica inflamatória da pele que se manifesta, na maioria das vezes, por lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas secas e esbranquiçadas que aparecem, em geral, nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e pode espalhar-se por todo o corpo. A doença afeta de 1% a 3% da população e a causa está relacionada ao desequilíbrio do sistema imunológico, ao componente genético determinante e a fatores ambientais, como estresse, tabagismo, infecções e medicamentos. Há pesquisas científicas que confirmam que em 30% dos casos há histórico de psoríase na família.
No Dia Nacional de Combate à Psoríase, comemorado em 29 de outubro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alertou para a qualidade de vida dos doentes, através do esclarecimento da sociedade civil, já que portadores da doença ainda sofrem com o preconceito da sociedade. Dessa forma, a SBD elaborou ações de conscientização voltadas para comunidade e a mídia, e ressaltou, entre outras questões, como identificar a doença, quais são os tratamentos e como os portadores podem conviver com a moléstia.
De acordo com a Coordenadora do Ambulatório de Psoríase do HC, Renata Magalhães, a psoríase pode se manifestar em qualquer idade, mas o período mais comum é entre os 20 e 40 anos. Além disso, a especialista afirma que, em função do desconhecimento, os pacientes que têm psoríase são vítimas de preconceito. “É importante que a população tenha conhecimento sobre a doença, que não se trata de doença contagiosa, que existem opções de tratamento, pois assim, pessoas próximas aos pacientes podem colaborar para a melhor qualidade de vida”.
A psoríase, na maioria dos casos, tem manifestação cutânea, mas pode ser associada a uma forte de artrite que pode ser grave, mutilante, incapacitante. Além disso, os pacientes com psoríase grave são mais propensos a doenças cardio-vasculares, síndrome metabólica, hipertensão, diabetes e obesidade, além de alterações psiquiátricas como depressão e etilismo.
O diagnóstico é clínico e é necessário acompanhamento com dermatologista para seguimento dos problemas da pele e o diagnóstico precoce e encaminhamento adequado das comorbidades associadas. Eventualmente, se há necessidade de afastar outras doenças cutâneas, realiza-se a biópsia e o exame histopatológico.
Há alguns tipos distintos da doença, entre eles, os principais são: a psoríase vulgar ou em placas, que é a mais comum, acometida em 90% pacientes, psoríase ungueal, que envolve as unhas, e a artrite psoriática, que atinge pequena parcela dos pacientes e pode apresentar inflamações nas cartilagens e articulações, podendo desenvolver dores. Além desses tipos há a psoríase em gotas, psoríase eritrodérmica, psoríase pustulosa, psoríase invertida e psoríase palmo-plantar.
Atualmente, o Ambulatório de Psoríase do HC atende, em média, 30 pessoas por semana e realiza acompanhamento de mais de 320 pacientes, em geral com formas graves da doença. No Brasil, a rede pública de saúde oferece tratamento aos portadores de psoríase e em casos em que há danos psicológicos, há o encaminhamento para profissionais especializados.
Caius Lucilius com Paula da Conceição
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp