Cuidado com a higiene bucal de pacientes com HIV é constante


Os portadores do vírus da Aids tem uma rotina específica de cuidados com a saúde, por se tratar de uma doença caracterizada pela imunodeficiência, a recuperação desses pacientes é mais difícil e pequenas infecções podem gerar agravos no quadro clínico. A dentista do Hospital de Clínicas da Unicamp, Roberta Seva Pereira de Oliveira, destaca os cuidados com a higiene bucal desses pacientes.

 

Atualmente, um paciente portador do vírus HIV que realiza o tratamento corretamente apresenta um quadro de saúde bucal similar a pacientes comuns. Mas segundo Roberta, é fundamental destacar que o não cuidado com a higiene bucal pode trazer uma série de complicações. “Por se tratar de pacientes com imunodeficiência, ou seja, um organismo mais suscetível a infecções, uma simples lesão na boca pode evoluir para um quadro mais grave”, alerta a odontologista. Os portadores do vírus têm tendência a sangramento bucal e inflamações que podem se expandir até os ossos, causando o amolecimento e até a perda dos dentes.

 

“A boca é a porta de entrada do organismo e o cuidado não deve ser apenas com a estética, mas sim com a saúde”, ressalta Roberta. Ela destaca ainda, a manifestação de sintomas de outras doenças a partir da boca e recomenda a procura por atendimento nas Unidades Básicas de Saúde quando o paciente identificar feridas, inflamações e manifestações incomuns no trato bucal.

 

No Hospital de Clínicas da Unicamp, os pacientes atendidos pela clínica odontológica e que são portadores do vírus HIV, recebem atendimento em conjunto com o Hospital Dia, destinado ao cuidado de soropositivos. Segundo a odontologista, por se tratar de um hospital terciário, o HC recebe apenas casos graves, em que o paciente não está com o tratamento equilibrado e por isso precisa de atenção específica.

 

Quando o paciente estabiliza o tratamento e os procedimentos odontológicos necessários são realizados, ele é encaminhado para o posto de saúde mais próximo da sua residência para continuar o tratamento. Nos casos em que o paciente ainda precisa de acompanhamento, ele é orientado a retornar ao hospital a cada seis meses.

 

“Nós orientamos os pacientes para a manutenção da higiene bucal, com a correta escovação e uso do fio dental”, explica Roberta. Se o paciente identificar alguma lesão de boca, como uma ferida, por exemplo, e ela persistir por mais de duas semanas, deve procurar atendimento no hospital e se a avaliação indicar a necessidade de uma biópsia, o procedimento é realizado.

 

A parceria com o Hospital Dia é um diferencial do atendimento no HC. No último ano, segundo a odontologista, esse trabalho em conjunto possibilitou a capacitação dos profissionais do hospital para melhor avaliar sintomas bucais que necessitam de encaminhamento para o HC, agilizando o trabalho e evitando o desperdício de recursos.

 

 

Assessoria de Imprensa do HC Unicamp