Desmistificar a morte com pacientes de doenças crônicas graves em situação de final de vida. Esse foi o objetivo do evento Encontro de Bioética: Dignidade no fim da vida, promovido pela Disciplina de Emergências Clínicas e pela área de Bioética do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), que aconteceu nos dias 4 e 5 de novembro no Salão Nobre (sexta) e Auditório 5 (sábado) da FCM.
Segundo o coordenador do evento, o médico da UTI Thiago Martins Santos (foto), da disciplina de Urgência e Emergência da FCM, o tema é amplo e multidisciplinar, já que envolve profissionais da UTI (médicos, enfermagem, fisioterapia, nutrição), capelania, serviço social e ouvidoria. “O foco do evento é discutir com os profissionais de saúde, todos os aspectos sobre pacientes em fase final da doença, bem como as dificuldades de lidar com a morte em um leito hospitalar”, ressalta Santos.
Para Thiago Santos os esforços de tentar preservar a vida a todo custo, bem como lidar com a morte com dignidade, especialmente em pacientes com doenças crônicas, precisam cada vez mais estar alinhados com profissionais e familiares. “Mesmo com conceitos de humanização cada vez mais presentes em um hospital como o HC, pacientes crônicos inconscientes ou em coma internados em uma UTI, passam longos períodos mantidos por monitores, respiradores, bombas de infusão, que favorecem a manutenção e o prolongamento da vida. Porém, nem sempre a tecnologia é capaz de manter a vida ou favorecer o retorno do paciente a melhores condições”.
Os dilemas do final da vida em doenças com quadros progressivos estão cada vez mais presentes nas discussões acadêmicas mundiais e estudos indicam que a maioria dos profissionais médicos, não consegue apontar quanto tempo viverão seus pacientes, mesmo com todo suporte tecnológico e de cuidados paliativos. A programação trará temas como bioética, a legalidade do fim da vida – palestra que será proferida pelo Juiz de Direito José Henrique Rodrigues Torres -, equipe de UTI e morte, o papel da enfermagem e da fisioterapia no final da vida, ciência e religiosidade, cuidados paliativos, medicina e música entre outros. São esperados cerca de 300 participantes.
Caius Lucilius com Isabela Mancini – Assessoria de Imprensa HC