Future Trends In Bariatric and Metabolic Surgery 2019


O Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital de Clínicas da Unicamp promoveu nos dias 7 e 8 de junho o evento “O papel da cirurgia de derivação intestinal, derivação bariátrica, robótica e procedimentos endoscópicos”, com a presença de especialistas nacionais e internacionais. O primeiro dia ocorreu no Hotel Vitória e o segundo dia no auditório do HC. Os médicos discutiram as tendências e o futuro das cirurgias bariátricas metabólicas no Brasil e no mundo.

A abertura contou com a presença do superintendente do Hospital de Clínicas da Unicamp, professor Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, do diretor da Área da Saúde da Unicamp, professor Manoel Barros Bertolo, do coordenador científico do evento, professor Nelson Andreolo (FCM-Unicamp) e do professor Almino Cardoso Ramos da Universidade Federal do ABC. O professor Lício Veloso da Unicamp conduziu a palestra de abertura do evento.

Para um dos organizadores do curso, professor Elinton Adami Chain, a presença de médicos de renome nacional e internacional proporcionou uma programação científica de alto nível, que trouxe as principais inovações científicas na prática cirúrgica. “A intenção foi discutir aspectos técnicos, indicações, complicações, revisão da literatura e inclusive, transmitir em tempo real para os participantes, duas modalidades cirúrgicas que acontecerão aqui no HC”, explica Chain, que coordena o Serviço de Cirurgia Bariátrica do hospital.

No entender do médico Caetano Marchesini, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a população precisa entender que a cirurgia bariátrica metabólica não faz só emagrecer, mas tem o objetivo de tratar doenças graves associadas à obesidade como diabetes, dislipidemia ou hipertensão. “A cirurgia metabólica hoje oferece muitos dados para ciência provando seus resultados e ajudando no desenvolvimento de novos fármacos”, explica.

Na cirurgia metabólica ocorre o mesmo procedimento da cirurgia bariátrica. A diferença entre as duas é que a cirurgia metabólica visa o controle da doença. Já a cirurgia bariátrica tem como objetivo a perda de peso, com as metas para contenção das doenças, como o diabetes e hipertensão, em segundo plano.

De acordo com os estudos analisados, a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, diminuindo a mortalidade de origem cardiovascular, conforme demonstram estudos prospectivos pareados com mais de 20 anos de seguimento, séries de casos controlados, além de estudos randomizados e controlados.

“Um dos fatores principais hoje para uma cirurgia metabólica é que a medicina já sabe qual paciente que não vai ter mais a doença e qual paciente vai voltar a ter a doença, por exemplo diabetes Tipo 2, porém com melhor controle e mais benefícios no tratamento clínico”, esclarece Marchesini.

Quatro convidados estrangeiros estiveram presentes no evento. Todos gastrocirurgiões de renomados hospitais e universidades dos Estados Unidos, México, Chile e Espanha. São eles Antonio José Torres (Espanha), André Teixeira (USA), José Antonio Castañeda Cruz (México) e Marcos Berry (Chile). O atual presidente da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders – IFSO, professor Almino Cardoso Ramos também integra o time de palestrantes.

O Brasil gasta no combate à obesidade e as doenças associadas cerca de 2,3% do PIB ou R$ 55 bilhões. Problema que começa com a infância, pois 50% das crianças estão com excesso de peso se nada for feita se transformarão em adultos doentes. Em todo país, apenas 10% das cirurgias metabólicas são realizadas em hospitais públicos como no HC da Unicamp. “O Brasil sempre foi pioneiro em pesquisas com cirurgias metabólicas e não estamos atrás dos países de primeiro mundo”, destacou Chain.

Caius Lucilius com Nicole Almeida – Assessoria de Imprensa HC