O Hospital de Clínicas da Unicamp integrou na quinta-feira (25/7), a Campanha pelo Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. O objetivo foi alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, a alta incidência da doença no país e os principais fatores de risco e formas de prevenção. Orientações foram promovidas ao público, das 9h às 12h, na rampa de entrada do 3º andar do HC, sem necessidade de agendamento. O evento foi promovido em todo país, pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) junto com a Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG).
De acordo com o cirurgião do ambulatório de otorrinolaringologia, Flávio Mignone Gripp, são atendidos todos os anos, cerca de 4 mil pessoas no ambulatório de cabeça e pescoço do hospital, e em média, 30% dos casos são suspeitos de câncer. “Temos atuado todos os anos para popularizar a campanha e mostrar que o tratamento está ao alcance de todos”, ressalta Gripp. A edição deste ano do #Julhoverde traz o slogan: “O câncer tá na cara, mas às vezes você não vê”.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCa), estima-se que a cada ano sejam diagnosticados 640 mil novos casos de câncer. Sendo o de cabeça e pescoço, o segundo mais recorrente em homens (8,9%) e o quarto com mais incidência em mulheres (6,3%), com exceção do câncer de pele não melanoma, que também é considerado câncer de cabeça e pescoço e um dos que mais matam a população.
Ainda segundo o INCa, é esperado a cada ano 43 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. São 10 mil mortes ao ano, decorrentes do câncer de laringe e cavidade oral. Tudo isso decorrente do diagnóstico tardio. Para mudar essa realidade, a SBCCP quer orientar a população estar atenta aos primeiros sinais. Para detectar, basta se direcionar ao posto público mais próximo de sua casa e procurar por um especialista de cabeça e pescoço.
Este tipo de câncer, explica Gripp, se tratado tardiamente, deixa sequelas e o tratamento fica muito caro. Mudanças de hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, ter uma boa higiene pessoal, cuidados com exposição solar, não fumar, consumir bebida alcóolica com moderação e manter relações sexuais com preservativos podem contribuir e muito para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço.
“A pessoa que apresenta sintomas como: nódulos no pescoço – incluindo a tireóide – lesões na boca que não cicatrizam, mudanças na voz, rouquidão, dor para engolir e lesões na pele da face, devem procurar um serviço de saúde para primeira avaliação”, alerta Gripp. O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura, que pode chegar a 90%. Geralmente são tratados por meio de cirurgias, quimioterapia e radioterapia.
O hábito de fumar e ingerir bebidas alcoólicas potencializa em até 20 vezes o risco de uma pessoa saudável desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. Além destes fatores, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o papilomavírus (HPV), tem contribuído com o aumento da doença nos últimos anos. Estudos brasileiros comprovam que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca principalmente, por meio da prática de sexo oral sem proteção.
Segundo levantamento do Inca, o câncer mais frequente nas regiões da cabeça e pescoço nas mulheres é o câncer de tireóide e, nos homens, o câncer de boca, laringe e faringe. Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação que abrangem o câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireóide e seios paranasais.
Caius Lucilius com Nicole Almeida – Assessoria de Imprensa HC