O Hospital de Clínicas da Unicamp vai promover um leilão de cinco toneladas de filmes de raios-x arrecadados na campanha permanente da instituição. O lote que será leiloado corresponde aos filmes recolhidos nos últimos 18 meses. O edital para a venda do material está em fase de elaboração e a estimativa é que os recursos obtidos sejam investidos no próprio hospital. A campanha, lançada em 2011, chega ao seu terceiro ano na instituição. Para comemorar a Semana do Meio Ambiente, o HC, além de promover o leilão, participa do 2º Fórum Ambiental Regional, organizado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campinas.
“O nosso objetivo é orientar a comunidade interna e também a população de Campinas e região sobre o descarte adequado desse tipo de resíduo”, comenta Rosemary Oliveira Juliano, coordenadora da campanha e membro do Comitê de Qualidade do HC. Ela explica que os filmes de raios-X contêm metanol, amônia e metais pesados como cromo e prata, que contaminam o solo e os lençóis freáticos quando descartados de forma indevida no lixo doméstico. “É importante perguntar ao médico que pediu os exames se não haverá uma nova utilização do material ou se ainda é preciso guardá-los”, lembra.
As soluções de fixadores empregadas na revelação do filme também são destinadas a reciclagem e chegam a 4.500 mil litros/ano. Os raios-X têm sido utilizados na medicina praticamente desde sua descoberta, no final do século XIX. Depois de encaminhadas a empresas especializadas em recuperação de prata, fundição e tratamento de efluentes, sempre autorizadas e licenciadas pela CETESB, o material proveniente das chapas pode ser utilizado na produção de joias e talheres. E as folhas de poliéster (PVC), podem ser usadas na produção de itens como embalagens, bolsas e capas de caderno.
Tecnologia
O HC também investe na eliminação do uso de filmes radiológicos em sua rotina. O Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (PACS – Picture Archiving and Communication System) está substituindo gradualmente os raios-x por imagens digitais nos exames do hospital. Nesse modelo, o processo de arquivo e acesso aos exames permite que as equipes médicas acessem qualquer material em formato digital. Poupando tempo e recursos financeiros.
Atualmente as áreas de tomografia computadorizada e ressonância magnética do HC já estão integradas ao sistema PACS. A utilização desta tecnologia possibilitou a eliminação do consumo mensal de 6 mil películas de filmes e do processo de revelação. Atualmente o Serviço de Radiologia do HC possui dois equipamentos de radiografia digital, ambos da marca General Electric.
A campanha é constante e o HC tem pontos de coleta da campanha localizados nas entradas do hospital. Por lei, o descarte desse tipo de material em lixo comum é proibido, mas muitas pessoas ainda não sabem dos riscos que a destinação incorrreta pode trazer.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner – Assessoria de Imprensa HC