O ator de televisão, teatro e cinema, João Signorelli, que incorporou o sábio indiano Mahatma Gandhi hoje no HC da Unicamp no monólogo “Gandhi, um líder servidor”, evento organizado pela Superintendência do Hospital e Associação Paulista de Medicina (APM), disse que mudou os seus hábitos para conseguir estar à altura da interpretação deste papel. Mineiro de Cambuquira, João contou que, ao tocar este projeto há quatro anos, percebeu que o personagem era alguém incomum e aceitou o desafio de mudar sua vida carregando este personagem, em parte, dentro de si.
Ao se inteirar sobre o papel, o ator percebeu que as mentiras sociais eram devastadoras e diminuíam o valor das pessoas. “É uma questão de honestidade e creio que consegui mudar 99% do que era”, segredou à platéia da comunidade hospitalar. “Comecei tentando cumprir exatamente o que prometia. O começo foi difícil, pois a mentira causa ruídos. Percebi, porém, que não é impossível ter este comportamento”
João revelou que fez uma vasta pesquisa sobre tudo o que era dito a respeito de Gandhi. “Li muito. Penetrei sua história e observei vários filmes que faziam menção a ele”, disse. Dois livros, segundo o ator, embasaram o seu personagem. Minha Experiência com a Verdade e Esta Noite é Liberdade ajudaram a compor o conteúdo. “Gandhi representou entre muitas outras coisas os princípios éticos e espirituais das relações humanas”, afirmou.
O monólogo, escrito por Miguel Filiage e adaptado por João, tem sido apresentado em diversas organizações empresariais e instituições educacionais abordando o desenvolvimento e o fortalecimento da auto-motivação e da perseverança, a introdução de princípios ético-filosóficos nas relações humanas, a revisão da conduta única e a firmeza de propósitos, procurando mostrar como pequenas atitudes podem construir o ser humano. Oitenta por cento do texto retrata os verdadeiros ensinamentos de Mahatma Gandhi.
Para Iraci Contreiras, coordenadora social da APM, o monólogo apresenta às pessoas um Gandhi contrário à violência e totalmente favorável a uma conduta de paz e amor.
Sinopse – No monólogo, Gandhi anuncia o início de mais um jejum a fim de despertar a consciência dos líderes do Ocidente e do Oriente, para a paz mundial. A liderança de Gandhi nunca baseou-se em autoridade ou coação. Acreditava que somente poderia pedir para as pessoas aquilo que ele mesmo pudesse fazer. E os resultados simplesmente aconteceram. Para a trilha sonora do Monólogo, foram escolhidas duas faixas do álbum “The Essence”, gravado por Deva Premal e Miten: Tumare Darshan e Yemaya Assessu.
Projeto – O monólogo foi originalmente concebido para uma apresentação no Fórum Nacional Líder RH, realizado em São Paulo em 2003. A opção por esse personagem revela o crescente movimento, não no ambiente corporativo, mas da sociedade em geral, pela introdução de princípios éticos e espirituais das relações humanas. Nas empresas, essa demanda se traduz em profundas mudanças de paradigmas. No caso da liderança, pode-se perceber um deslocamento de foco. Antes, as organizações enxergavam apenas resultados tangíveis não importando o que tivesse que ser feito para alcançá-los. A trajetória de Gandhi impressiona não somente pelos grandes feitos, mas principalmente por sua humanidade.
Carregando bagagem – João trabalha há mais de 20 anos como ator profissional, tendo atuado em grandes produções nacionais, nas novelas “Bebê a bordo”, “Dona Beija” e nas minisséries “Grande Sertão: Veredas”, “Aquarela do Brasil”. No teatro, atuou nas peças “O homem de La Mancha”, “Pano de boca”, “As mil e uma noites”, “Diário de um mago”, “Um bonde chamado desejo”; e, no cinema, “Vai trabalhar vagabundo 2”, “Lili Carabina” e “Boca de ouro”.
Isabel Gardenal (texto), Antônio Scarpinetti (fotos) e Weslley Morais (edição de imagens)
ASCOM UNICAMP