A disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, responsável pelo ambulatório de Dermatologia do Hospital de Clínicas da Unicamp promoveu no sábado (01-12), em parceria com o Hospital Mario Gatti, o mutirão de prevenção e diagnóstico de câncer da pele – “Dezembro Laranja”. A atividade foi aberta ao público em geral e o atendimento ocorreu das 9h às 15 horas, no ambulatório de Dermatologia do Hospital Mario Gatti. Cerca de 300 pessoas compareceram ao local.
A campanha, mantém neste ano o slogan “Se exponha, mas não se queime”, em parceria com todos os serviços de dermatologia credenciados da Sociedade Brasileira de Dermatologia no país, que promove, desde 2014, o movimento “Dezembro Laranja”, com a promoção de uma série de iniciativas de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, incluindo a importância da fotoproteção em suas diferentes formas para a redução dos riscos.
De acordo com a dermatologista do HC e uma das coordenadoras da campanha, Juliana Massuda, o câncer de pele é o tipo mais frequente no mundo todo. “O câncer de pele é uma alteração da pele, ou seja, ela é modificada por efeitos nocivos, principalmente da exposição solar. Quando há uma modificação da célula saudável, inicia-se uma proliferação exagerada e anormal”, explica. Não há necessidade de encaminhamento ou agendamento prévio.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 30% de todos os tumores malignos do Brasil correspondem ao câncer da pele. Para o biênio 2018/2019, a estimativa é de 165.580 mil novos casos de câncer da pele não melanoma. Um dado novo desse período é que, em relação à última estimativa do Inca (2016/2017), a doença acometerá mais homens (85.170 mil) do que mulheres (80.410 mil). Outra notícia é sobre a estimativa de novas ocorrências de câncer da pele não melanoma ter diminuído em 10 mil casos de um biênio para o outro.
Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, pessoas com a pele clara, sardas, cabelos e olhos claros. “É muito importante que o paciente observe se existem alterações em sua pele, principalmente lesões em geral assimétricas, que podem formar uma ferida ou úlcera central, que apresentem coceira, sangram facilmente e que nunca cicatrizam”, ressalta Massuda.
O câncer de pele apresenta diferentes tipos da doença, como o carcinoma basocelular, o mais frequente, que corresponde a 70% da incidência registrada. Esse tipo de câncer está diretamente ligado a exposição aos raios ultra-violetas acumulada durante a vida. Assim, é comum seu surgimento se dar após os 40 anos. Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surge com frequência em regiões mais expostas ao sol, como face,orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Pode se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. É duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além da exposição prolongada e sem proteção ao sol, o tabagismo também é um fator que contribui para o surgimento desse tipo de câncer.
O tipo mais nocivo é o melanoma, cujo diagnóstico e tratamento precoce são determinantes para a cura (em 90% dos casos), e quando não tratado, pode levar à morte. É o menos frequente dentre todos os cânceres da pele. Os principais sintomas são o crescimento de manchas na pele, com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; o surgimento de uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou ainda, uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
As orientações para prevenção da doença incluem evitar a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta, principalmente no período entre 10 e 16 horas. No caso de exposição ao sol, recomenda-se o uso de chapéus e protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas horas e com fator de proteção solar de no mínimo 30.
Juliana reforça que o evento será uma oportunidade para a população cuidar da pele. “A grande importância para a população de uma forma geral é que o câncer de pele, quando detectado precocemente, tem um dos maiores índices de cura existentes. Para os casos em que houver identificação de lesões suspeitas, o paciente será encaminhado para tratamento imediatamente”, afirma a dermatologista.
Os atendimentos foram coordenados pela docente Andrea Fernandes Eloy da Costa França e pela médica assistente, Juliana Massuda, com apoio do ex-professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, Hamilton Ometto Stolf juntamente com alunos da graduação em medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, residentes em dermatologia e médicos assistentes da disciplina.
CAMPANHA – A primeira ação que assume maior relevância na campanha #DezembroLaranja ocorreu no dia 1º de dezembro, quando cerca de quatro mil médicos dermatologistas e voluntários somaram forças para a prestação de atendimento e esclarecimento quanto à importância de adotar medidas preventivas. As consultas foram realizadas gratuitamente em 132 postos de atendimento em diversos estados. Desde 1999, o mutirão já beneficiou mais de 594 mil brasileiros, e nesta 20ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele da SBD, a previsão é de que 30 mil pessoas sejam atendidas.
Serviço: Campanha contra o Câncer de Pele – Informações sobre a doença e exame gratuito da pele
Dia: 01 de dezembro (sábado)
Local: Ambulatório de Dermatologia Hospital Municipal Mario Gatti Av. Pref. Faria Lima, 340 – Parque Itália, Campinas – SP
Horário: 9h às 15h
Caius Lucilius com Beatriz Bittencourt – Assessoria de Imprensa HC