Um vôo pela vida: Helicóptero que era do tráfico ajuda polícia civil a viabilizar transplante de coração


Uma equipe de cirurgia cardíaca do Hospital de Clínicas da Unicamp conseguiu realizar uma captação e o transplante de um coração, graças ao apoio de um helicóptero da Polícia Civil que era utilizado pelo tráfico de drogas. A remoção do órgão levou 75 minutos e foi captado em São Vicente – litoral paulista. Mesmo com as condições meteorológicas desfavoráveis, o helicóptero do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Grupamento SAT 07) chegou em Campinas após 40 minutos. A cirurgia de transplante foi bem sucedida e o paciente de 53 anos passa bem.

A operação de transporte foi realizada na última quinta-feira (05/05) por equipes do Serviço Aerotático (SAT) com o uso do helicóptero Esquilo AS350 B2. “As condições meteorológicas não eram boas devido a uma frente fria que avançava e encobria a Serra do Mar. Contudo, o transporte foi feito com visibilidade reduzida, dentro dos parâmetros de segurança”, detalhou o delegado João Eduardo Felipe, piloto que fez o transporte do coração. O percurso de carro duraria pelo menos três horas, o que inviabilizaria o coração, que deve ser implantado em até 4 horas de isquemia total (falta de circulação de sangue).

Segundo a equipe de cirurgia cardíaca envolvida no transplante, a corrida contra o tempo foi iniciada por volta das 6h50 da manhã, após a notificação de um doador compatível com as características do paciente do HC da Unicamp. Os escolhidos para a captação em São Vicente foram Carlos Fernando Ramos Lavagnoli e o médico residente Matheus Passos, que retornaram com o órgão na aeronave para Campinas. O paciente que recebeu o novo coração tinha uma miocardiopatia dilatada secundária à doença de Chagas.

O helicóptero que proporcionou uma segunda chance ao paciente do HC foi apreendido pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Americana, em 2018. Após manutenção e adesivação, a aeronave começou a ser utilizada em operações policiais e transporte de órgãos. “É uma sensação de justiça. Agrada muito o policial e a sociedade tem um retorno direto”, declarou o piloto. No helicóptero, ele esteve acompanhado do co-piloto Joho Nakamura e da tripulante operacional Gladys Marisol Osik Vera (foto).

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC