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Samuel Zymberg, professor adjunto da disciplina de Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, ministrou na última sexta-feira (23/9), no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, uma aula sobre abordagem cirúrgica dos tumores da região selar. Enrico Ghizoni, neurocirurgião do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e professor da disciplina de Neurocirurgia da FCM foi o moderador do evento.

“A ideia do evento é chamar um professor de outra Universidade, que domina um assunto, para conhecer a faculdade e discutir casos de pacientes do ambulatório de Neurologia do Hospital de Clínicas (HC) e casos enviados pelos participantes. Isso faz com que a gente tenha uma visão geral do tema e uma troca de experiências e conhecimentos”, explicou Enrico.

Segundo o coordenador dos procedimentos no HC, Mateus Dal Fabbro, que apresentou casos no evento, tumores da região selar são em sua maior parte, tumores da glândula hipófise. Porém, diz, outros tipos de tumores como meningiomas ou craniofaringiomas podem ocorrer também nesta região. Devido à sua posição em área central no crânio, e em contiguidade com o seio esfenóide, tumores nesta região são considerados ideais para abordagem cirúrgica por via endoscópica endonasal, através de acesso pelas narinas, sem necessidades de grandes incisões.

O HC oferece este tipo de tratamento cirúrgico de maneira rotineira desde 2012 através de uma equipe multidisciplinar envolvendo otorrinolaringologistas e neurocirurgiões. Cerca de 300 pacientes já foram tratados com essa técnica. “Importante salientar a colaboração de outras especialidades médicas como a endocrinologia no tratamento pré e pós-operatório destes pacientes, bem como a neuroimagem e a neuropatologia, fundamentais para o diagnóstico adequado, subsidiando a escolha do melhor tratamento”, ressalta Dal Fabbro.

A região selar ou sela túrcica é a cavidade óssea na face superior do osso esfenoide, na base do cérebro. Nela fica localizada a hipófise. Os tumores hipofisários mais comuns são os prolactinomas, que causam queda da testosterona nos homens e de estrógeno nas mulheres além do quadro de infertilidade, comumente tratados com medicação. Já deficiências na produção de hormônio do crescimento podem causar gigantismo, na infância e adolescência, ou acromegalia na fase adulta. Um exemplo desta última doença é o campeão paralímpico iraniano Morteza Mehrzad, do vôlei sentado.

Durante sua apresentação, Zymberg, explicou a patologia e as estratégias cirúrgicas para os tumores da região selar, bem como os aspectos neuroendocrinológicos associados. “É importante o conhecimento da fisiologia para interpretarmos corretamente os dados hormonais do paciente”, disse Samuel.

Um dos desafios para o neurocirurgião é conhecer melhor o estado de tumores em fase avançada na região selar. A utilização de equipamentos tecnológicos, como óticas, vem trazendo benefícios para a cirurgia. Durante a aula foi exibido um vídeo de cirurgia endonasal endoscópica para tumor de hipófise. O evento teve apoio da Aesculap Academy.


Matéria originalmente publicada no site da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp

Texto original: Karen Menegheti – ARPI FCM Unicamp
Edição: Edimilson Montalti – Assessoria de imprensa HC Unicamp
Fotografia: Mercedes Santos – ARPI FCM Unicamp


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